Quem sou eu

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Sou escritora e uso do artifício de escrever para depurar pensamentos e sonhos. Sou uma leitora apaixonada, curto assistir a filmes e séries e ir ao teatro. Tenho dois livros publicados: "A ilha e a menina" e "Livremente Mara".

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Voltar a escrever


Olá amigos,

Lamento que o dia seja tão pequeno para os meus tantos afazeres. E, fico tão envolvida neles que não escrevo. Para escrever é preciso reservar um tempo só para isso. É como outro compromisso inadiável qualquer. Se não encarar dessa maneira não volto a escrever nunca mais. Obviamente que não parei de escrever totalmente. Escrevo poesias, escrevo no meu diário (ainda tenho diários). É que escrever para mim é como respirar, não tem como parar. Quando digo que parei de escrever é que parei de trabalhar no meu próximo livro. O complicado é que não há garantia nenhuma em trabalhar como escritora como eu trabalho. Nenhuma editora em vista. Somente a fé que vai dar certo. E dá certo. É só teimar que dá certo.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Férias, Rio de Janeiro, calor!

Olá,
Boa tarde a todos ou mesmo a ninguém. Digo isso que é porque não recebo um comentário nesse blog há mais de século. Mas não importa. Retiro hoje as teias de aranha que se formaram com o tempo de abandono, tando por mim, tanto pelos leitores desse blog e continuo. Continuarei a escrever sempre porque é isso o que sei fazer.
Quando escrevo aqui minha alma se acende e renovo as minhas forças, meus sonhos, meus propósitos.
Estou fora de casa, viajando. Essa é a primeira viagem que o meu livro me leva. É um momento especial. Antagonicamente, mesmo colhendo os frutos de minha obra, Livremente Mara, ficaesquisito ter que achar tempo na minha agenda para retornar à escrita do meu romance. Mas agora tenho que reestabelecer a velha rotina.
Férias, Rio de Janeiro, calor!
Até!
Raquel

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Os dois caminhos

Os dois caminhos

Dentro de mim moram dois caminhos.
Num deles a espera é longa.
No outro há a luta brava com as ribanceiras.
Num caminho sento-me o olho ansiosamente no meu relógio:
Quanto mais a hora passa
mais breve se torna o momento do nosso encontro.
Noutro caminho, apenas te olho ao longe, mal te cumprimento
e volto-me às tarefas diárias,
como se a sua existência nem me afetasse.

Raquel de Souza,

30/11/2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

1984 é O livro!

Olá amigos,
Queria compartilhar com vocês um livro ótimo que estou lendo. Um clássico, na verdade: 1984 de George Orwell. Me agarrei no livro e não quero soltar por nada. O escritor desse livro teve uma visão do seu presente e do próprio futuro que assusta a gente, pobres mortais. Livro fantástico mesmo, depois que terminar de ler comento mais com vocês.
Outra coisa que queria comentar é que ontem eu tinha dois livros em mãos e estava cansada. Tinha "A Cabana" e "1984". Escolhi "A Cabana" já que é tão popular. Seria uma leitura só para distrair um pouco. Não cheguei na terceira página e já queria morrer de ler aquele livro idiota. Me agarrei, felizmente, às minhas raízes e voltei-me para "1984" que estou lendo e adorando.
Para quem está acostumada com leituras mais requintadas, não adianta mesmo pegar esses livrinhos com tiragens faraônicas, best sellers. Isso só serve para o povão que engole qualquer porcaria.
Inté

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Como se publicar um livro

Hoje, depois de um dia inteiro de trabalho, acostumo-me com a minha nova ocupação: ser escritora. E por mais que dê aulas, o que prevalesce é meu novo ofício. Não digo que seja uma coisa simples. Publicar um livro te deixa em muita evidência, ainda mais nas cirscutâncias em que me propus. Acho que os leitores desse blog devem estar curiosos para saber como uma escritora iniciante publicou seu primeiro livro. É hora de contar. Existe em Poços de Caldas uma lei de incentivo à cultura. Essa Lei Municipal de Incentivo à Cultura abre um edital todo o ano para projetos culturais. Desse modo, criei um projeto chamado Livro Presente. Esse projeto tinha como objetivo publicar o meu romance Livremente Mara e doá-los para alunos de supletivos de escolas pública de Poços de Caldas. E não só isso. Iria doá-los e depois de algumas semanas iria fazer uma noite de autógrafos em cada escola atendida e depois retornar às escolas para que os estudantes pudessem contar suas próprias experiências fazendo um paralelo com o livro, até mesmo para eu saber o o efeito que o Projeto Livro Presente estava surtindo. E assim, meu projeto foi aprovado. Consegui financiamento com duas empresas: A Construtora Etapa e a Alcoa. Assim pude dar andamento no meu projeto. Atualmente meu livro está publicado e está em fase de lançamento nas escolas. Tem sido lido, comentado, e ganhei até uma resenha no jornal local. Após terminar a fase de lançamentos aqui em Poços irei fazer lançamentos em São Paulo. Confirmarei os locais em breve.
Boa noite a todos,
Raquel

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Olá pessoal, aqui vão as datas dos lançamentos de Livremente Mara.
Beijos

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Tiro trocado não doi?

Amigos, tenho que compartinhar a minha indignação diante do fato ocorrido hoje. Levei um fora. É claro que para eu ter levado um fora eu tomei atitude, fiquei exposta e tudo mais. Eu digo a vocês que é muito mais difícil expor sentimentos que dar entrevista na televisão. Mas levei um fora delicado, desses assim, esse fds estou numa correria, Raquel... eu sei bem o que isso quer dizer, eu quando quero dar um forinha bem delicado faço isso. Invento um milhão de ocupações. Agora quando estou afim, até cancelar compromissos para encontrar a pessoa eu cancelo. Eu achei que tiro trocado não doi, mas anda doendo um pouco sim.
Agora vou ficar sozinha mais um tempo, concentrada no meu trabalho que é isso que tem me dado futuro. Relacionamento dá muita confusão e queima uma energia...
Boa noite.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Há coisa mais chata que teoria? Vamos praticar!

Depois de de dias infindos mergulhada em teoria literária começo a duvidar que quero estudar isso mesmo durante dois ou três anos da minha vida. Eu sei as técnicas que uso na minha narrativa tem nome, etc e tal, mas quem me ensinou a contar histórias foi minha bisavó Dita que se estivesse viva hoje não iria querer nem saber dessa nomenclatura toda. Já pensou eu escrevendo um conto e pensar: agora vou fazer uma anacronia por retrospecção. Acha que vou fazer isso? Nunca! Se fizer isso, meus amigos, o texto vai ficar horroroso. A narrativa é uma coisa muito intuitiva, até pode ter gente que estude isso, é até interessante, precisam ver como o negócio está progredindo na área, pensam em tudo mesmo!
Mas uma coisa não sai da minha cabeça: Em Conríntios 13, na bíblia, quando Paulo fala sobre amor, aliás a única coisa que se aproveita das palavras dele, ele diz que havendo palavras não há amor. Acho que estou enchendo minha cabeça com nomes vãos e que deveria queimar as ideias escrevendo e pronto. E os outros que colocassem quantos nomes quisessem. Que coisa esse povo acadêmico tem de colocar nome nas coisas!
E eu aqui, louca para virar acadêmica também. Na verdade, estou louca é para ter uma vida melhor, ganhar mais e como professora do ensino fundamental público não dá mais não.
Quero um dia só escrever, viver disso.
Se pudesse, se as coisas fossem simples, se a gente que é escritor tivesse algum apoio extra não estava aqui feito doida tentando voltar para a faculdade e fazer um mestrado. De que isso adianta para minha escrita? O que adianta é ler romances. Acha que vou lê-los enquanto tiver fazendo mestrado? Só clandestinamente, aos cantos, silenciosamente, deixando, calando meu ser.
E aprendendo a dar nomes, matutando teorias. Há coisa mais chata que teoria? Vamos praticar!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Chove ou não chove?

Tive que fechar parcialmente as janelas desse quarto, tamanha a claridade que invade as minhas retinas. O céu ensaia uma chuva que demora a apresentar-se. Gostaria de fazer uma caminhada assim que terminasse de desaguar, mas pelo jeito as coisas nessa cidade não funcionam como Poços de Caldas. Lá chove até mesmo quando o dia está limpo. De uma hora para outra os pingos caem sem dó no chão. Mas por essas bandas, já me informei: é diferente. Podia chover, assim esfriava um pouco. Fico muito sonolenta no calor, só quero ficar curtindo uma soneca. Vê se pode? Amanhã tendo que fazer uma prova braba e eu tirando o máximo de sonecas que consigo! De qualquer forma, não estou completamente errada em fazer isso, já que tenho que estar bem descansada amanhã e o sono ajuda na consolidação da memória. Depois que tive umas aulinhas sobre o funcionamento do cérebro, entendi que não dá para pegar pesado com a cabeça porque é perda de tempo. É preciso respeitar certos limites.
Estou com saudades da minha vidinha tranquila, de voltar à escrita do meu novo romance, dos meus fins de semana solitários na chácara tendo como companhia as montanhas e o colorido das flores. Estou querendo beber a água da mina que tem lá na roça, sentir o frescor do bosque cochilando sossegadamente num banquinho que tem debaixo de uma árvore. Quero rezar e agradecer por tantas dádivas que venho conquistando.
No fim das contas, eu quero um monte de coisas da minha vida, mas eu já tenho um monte de singeleza
Beijos a todos,
Boa tarde!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Escritora, enfim!

Olá amigos,

Escrevi a um tempo atrás que depois que visse meu livro "Livremente Mata" publicado, nas minhas mãos, poderia me considerar uma escritora completa. E isso aconteceu e fiquei tão perplexa que não conseguia nem escrever sobre essa sensação aqui no blog. Eu não sei se vocês já tiveram a sensação de esperar, mas esperar muito mesmo para uma coisa acontecer e um dia, depois de muito esforço, essa coisa acontece! É espantoso! Principalmente pelo sentimento de não ser você que está vivendo aquilo, que tudo é um grande sonho. Mas é real! "Livremente Mara" foi publicado e tem sido lido! E com voracidade! Qual foi minha surpresa ouvir dos meus leitores comentários como: esse livro não é um livro para ler um pouquinho de cada vez, tem que sentar e ler até o final. E ouvi isso de quem não gostava de ler. Hoje, minha prima Michele, ótima fotógrafa (é ela quem tirou a foto que vai na orelha da capa do meu livro), me declarou que está lendo outro livro. Depois de ler "Livremente Mara", ela desembestou a ler. Não é maravilhoso?
Esse projeto "Livro Presente" tem me trazido tantas alegrias que nem sei descrever!
Foi hoje, pelo meio da tarde que passei num estabelecimento e peguei um jornal para ler na viagem que faria um pouco mais tarde. Qual não foi minha surpresa ao me deparar com uma resenha do meu livro naquelas páginas! E hoje concluí e senti plenamente que sou escritora.
Um sentimento original, verdadeiro, não mais marcado pela surpresa, mas pelo sentimento de gratidão. Por mim e por todos que estão me lendo.
Beijo a todos,
Raquel

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Liberdade

Quando fecho meus olhos, antes de dormir, penso em toda a luta que travei para chegar até aqui, com o livro "Livremente Mara" publicado. Não tenho dúvidas de que lutaria o dobro só para ter a satisfação de ver meus escritos tornarem-se amplos, não mais meus, mas dos meus leitores. É uma alegria poder trilhar meu verdadeiro caminho, sem impedimentos. É gratificante tomar decisões por mim mesma. Meu maior presente é a minha liberdade e quem me privou disso eu quero é muita distância.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Uma novela!

Olá amigos,

Para quem propôs fazer desse blog um diário, acho que não tenho sido muito "presente" nesses escritos. Apareço esporadicamente. Na verdade, estou cheia de motivos pra isso. Essa publicação de "LIVREMENTE MARA" tem me dado trabalho demais, acho que além da conta. Pretendo muito em breve voltar a minha atividade normal que é escrever. Estou aprendendo barbaridades de como se publica um livro. Na verdade, esse processo que estou passando pode dar uma "novela", de tantas idas e vindas. Posso dizer que depois dessa luta que é publicar um livro pela primeira vez posso me considerar uma escritora completa. Enfim.
Beijos,
Boa noite!
Raquel

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Publicar um livro é loucura!

Olá amigos,

Estou apenas dando uma passadinha por aqui. A vida anda corrida por demais, tive até que dar uma paradinha de escrever por conta da publicação de LIVREMENTE MARA. A capa está pronta e lindíssima. Foi o meu mais recente, talentoso e competentíssimo amigo Walmir Ortega que fez a capa. Espero que vocês gostem. Da capa e, principalmente, do que está dentro do livro.
Cheguei a uma conclusão: publicar um livro é coisa de maluco! A quantidade de coisas que se tem que resolver, decidir, coordenar. Mais parece que sou dona de uma empresa. Isso é evidenciado porque vou desenvolver um trabalho nas escolas com o meu romance. Desse modo, sempre tenho muitas coisas para fazer. Se algum leitor acompanhar a minha história desde o começo dese blog, vai perceber que a proposta do blog era de trabalhar 40 horas como professora em duas escolas públicas, continuar escrevendo o meu segundo romance e ainda desenvolver o projeto que envolve a publicação de LIVREMENTE MARA.
Não aguentei três semanas nessa rotina. Larguei de dar aulas nessa quantia. Hoje dou apenas 15 aulas por semana e vivo ocupada com meus projetos pessoais. Isso tem me trazido muitas alegrias e estou concretizando sonhos antigos. Não tem nada que paga essa riqueza.
Boa noite!
Raquel

sábado, 18 de setembro de 2010

eu voava por aí

sonhei que andava de avião
e voava por entre as nuvens
encostei-me no banco e sorri
com a expectativa do destino
em que vou colocar meus pés
e alegria do meu corpo

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A casa

Olá amigos,
Para hoje, um escrito feito às pressas:

A casa

a volta para casa
pode dar um sentimento abrupto
de solidão.
é que podemos não encontrar
as pessoas que deixamos
é que podemos deixar
as pessoas que não encontramos mais
na volta para casa
damos de cara com nossos poucos
amigos
e sorrimos porque do pouco se faz muito
dentro da minha casa.

Quel

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Falta-me ar

Olá amigos,
Bom dia!
Hoje estou com falta de ar provavelmente causada pela abstinência do cigarro. Hoje faz 17 dias que não fumo. Tem dias que começo a esquecer desse hábito ruim, outros fico até com falta de ar. Mas isso passa.
Tive uma "reunião" mais cedo numa escola. Levantei cedinho, tomei meu café e parti para a reunião. Cheguei lá e nem vi a cara da diretora da escola. Eu vou desenvolver um projeto na escola dela, doar meu romance para os alunos do EJA (Educação para Jovens e Adultos), fazer um trabalho de incentivo à leitura e a mulher nem quer saber a cor do meu rosto. Mas eu não desisto fácil. À noite estarei lá de novo e ela vai ter que me receber. Esse projeto vai ficar muito bem desenvolvido e não é porque ela não está nem aí para isso que meu projeto vai ficar mal feito. Tudo tem que ficar muito dentro dos conformes. Afinal de contas, as empresas e a prefeitura financiam meu projeto para que ele saia tinindo de bom. E vai sair.
Um dia maravilhoso a todos!
Quel

domingo, 12 de setembro de 2010

Que bom voltar para casa!

Olá amigos,

Que bom é poder escrever de novo aqui! Parece que retornei depois de um longa viagem, daquelas que a gente faz dentro do peito. Sinto aquele conforto caloroso de quem volta para casa.
Para variar é bom poder escrever algo que não seja acadêmico!
Beijos,
Raquel de Souza

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Suavidade

Bom dia amigos!
Há um tempo que não escrevo nada por aqui. Isso acontece porque tive uns prazos para entregar projetos. Nem agora estou livre de obrigações parecidas. Tenho que dar o último “retoque” no boneco de LIVREMENTE MARA e, depois da capa pronta já posso mandar imprimi-lo. A foto que a Michele tirou para mim ficou bacana. Fomos a vários lugares e tiramos quase uma centena de fotos. Escolher uma das fotos é que foi complicado. Mas, enfim: escolhi.
Tenho trabalhos de pós-graduação para entregar, dezenas de livros teóricos para ler. O jeito é selecionar as prioridades e fazer uma coisa de cada vez, sem desespero.
Também estou me divertindo, que ninguém é de ferro e eu nem gostaria disso. A Elaine me indicou um livro bacana e resolvi comprar. Chama-se Minha vida de menina, de Helena Morley. Esse livro tem me tirado risadas gostosas e sinceras, além de me mostrar a suavidade que as coisas da vida podem ter.
Beijos,
Quel

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Foto minha sim! Mas sem photoshop, por favor!

Olá amigos!
Como diz a música interpretada por Leila Pinheiro, “Eu ando emotiva demais...”.
Retornei a minha casa com o propósito de ligar para minha prima Michele e dizer: amanhã vamos tirar fotos minhas para escolher uma para o meu livro. Faço questão que fique boa. Ótimo enquadramento, iluminação legal, etc. Essas coisas que aprendemos a um tempo no curso de fotografia do SENAC. Mas com um detalhe! Sem photoshop! Que apareça uma ruginha aqui e ali, essa sou eu. Não quero que no lançamento do meu livro as pessoas olhem na foto do livro e se perguntem: mas quem é essa????
Coincidentemente, um exemplar da revista Claudia chegou em minhas mãos, logo depois. Vi Luíza Brunet na capa, sem photoshop. Vocês podem não acreditar, mas vendo o ensaio dela, me senti mais corajosa, mais orgulhosa das minhas marcas que os anos estão passando. De algum modo, ela falou para nós mulheres como é possível ser bela sem esses recursos. E mais ainda: que não é vergonhoso envelhecer.
Parabéns Luíza Brunet! Você nunca esteve tão linda!
Beijos a todos,
Quel

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Alegria ao caminhar

Olá amigos,
Faz um tempo que não escrevo aqui. Ando estudando, com prazos para entregar uns projetos. Estou muito feliz e me sinto realizada. Não por ter alcançado tudo que almejo, mas porque existe graça e alegria no caminhar da vida.
Boa noite a todos,
Beijos,
Quel

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A diversidade dos caminhos

Bom dia!
Hoje resolvi inverter um pouco a ordem das minhas tarefas. Tomei meu café da manhã e já vim direto escrever. Tem dias, que mesmo de férias, não arrumo tempo para escrever durante o dia, tantos são os afazeres extras que me arrumo. Está certo que estou dando aulas particulares e com elas não parei. É uma maneira de assentar meus sentidos e me concentrar em ficar mais em casa e escrever o meu livro.
Apesar de ser escritora, não sou uma pessoa caseira. Adoro viajar e contemplar lugares novos. O que é velho me aborrece. No entanto, quando se propõe a escrever, é necessário enfrentar as coisas velhas, a monotonia, a solidão.
De repente, eu olho o dia luminoso da minha janela (o que não é o caso de hoje) e não estou lá para curti-lo e sim sentada numa escrivaninha trabalhando, por livre e espontânea vontade, sem remuneração, e sem garantias de que o escrito sairá bom. Pode ser que o apague depois, embora ache que na escrita, nada é perdido e o que não deu certo serviu de exercício.
Por um acaso o músico não precisa treinar seu instrumento todos os dias? E nem todos os dias o músico compõe uma música nova. E nem todos os dias ele se sai bem. Mas a junção desse treinamento é que faz um músico bom. A mesma coisa se dá com um escritor.
Se escreve, escreve. E nem todos os dias se escreve o que há de melhor. Mas tudo serve como aprendizado e construção. Saramago, por exemplo, só foi definir seu estilo com uns 60 anos, quando escreveu Memorial de um Convento. Clarisse Lispector, no entanto, já começou a definir seu estilo no seu primeiro livro “Coração Selvagem”.
Os exemplos são os mais diversificados possíveis. Não há como generalizar como funciona um trabalho de escritor. Gostaria de saber o que ensinam nessas escolas de escritores. Como é possível alguém ensinar alguém a ser escritor? A beleza dessa arte está justamente na diversidade de caminhos que cada um escolhe para escrever. Essa caminhada solitária e autodidata. Nós mesmos somos alunos e professores nessa paixão.
Beijos!
Raquel

Encontros e fugas

Olá amigos! (15/07/2010)
Não perdendo a linhagem desse diário, que relata como é a rotina de uma escritora em construção, queria explanar que, se acaso você tem medo de sofrer, é melhor nem começar a escrever ficção. Digo isso porque as histórias, como nossa própria vida, tomam rumos dolorosos algumas vezes. É o caso do meu novo romance. Quando me percebi, estava sofrendo junto com o drama de uma das personagens. E não adianta tomar uma aspirina para ver se a dor passa. É preciso estar ali e se emocionar juntamente com os personagens que você criou. É nessa hora que eu tenho vontade parar, fico alguns dias de “greve” de escrever. Todavia, não há remédio: é preciso chacoalhar a poeira e seguir em frente. De cara limpa, sem vinho tinto.
Escrevo essas palavras com uma certa melancolia. A minha vida anda passos um pouco inseguros. É o que faz toda a mudança. Sei que estou tomando atitudes em prol de realizar os meus sonhos. E eles têm um preço. E estou pagando: a prestações que começam quando acordo e terminam quando durmo. Todos os dias, todas as horas estou pagando. Um dia, pode ser, vou achar que essas ações são normais e não vou ficar pensando em pagamentos, sacrifícios. Acho que tudo que começamos é trabalhoso no princípio.
Quando volto para casa, vejo todos os bares e as pessoas se divertindo dentro deles. Sinto saudades. Embora ande encontrando meus amigos em outras situações sinto falta do ambiente descompromissado dos bares, das cervejas, da música. Mas estou em fase de recolhimento. É preciso me abster um pouco das loucuras da vida noturna para me conhecer melhor, para entrar no exercício da disciplina. Até mesmo para parar de fugir de mim mesma.
Quantas vezes não vivemos a se esconder de nós mesmos? E há tantas maneiras de fazer isso! Nesse mundo que mais nos proporciona fugas que encontros.
No entanto, apesar do ambiente hostil da filosofia comum de vida atual, penso que a viagem ao encontro comigo mesma é o caminho certo para ser feliz e realizada, em todos os aspectos. Se felicidade completa existe? Não. Mas existe a paz e o equilíbrio que alicerçam a pessoa, deixando-a mais forte, com cada vez mais coragem para lutar.
Abraço a todos,
Quel

terça-feira, 13 de julho de 2010

Síntese das Antíteses - TAO TE KING - Lao-Tse

O dia está nublado, já choveu um pouco, mal consegui dormir por conta do vento soprando contra as janelas. O que há de belo nisso? No que é cinza e frio?

Isso me faz lembrar de um poema de Lao-Tse do livro “TAO TE KING”, que transcrevo abaixo:

Síntese das Antíteses
Só temos consciência do belo,
Quando conhecemos o feio.
Só temos consciência do bom,
Quando conhecemos o mau.
Porquanto, o Ser e o Existir,
Se engendram mutuamente.
O fácil e o difícil se completam.
O grande e o pequeno são complementares.
O alto e o baixo formam um todo.
O som e o silêncio formam a harmonia.
O passado e o futuro geram o tempo.
Eis porque o sábio age
Pelo não-agir.
E ensina sem falar.
Aceita tudo que lhe acontece.
Produz tudo e não fica com nada.
O sábio tudo realiza – e nada considera seu.
Tudo faz – e não se apega à sua obra.
Não se prende aos frutos da sua atividade.
Termina a sua obra,
E está sempre no princípio.
E por isto sua obra prospera.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Significando a existência

Bom dia!
Sento-me em frente ao computador um pouco desconfortável porque estou escrevendo direto no blog. Geralmente escrevo em outro computador e depois publico no blog, com diferença de dias, às vezes. Isso explica porque passo dias fora e meu blog continua em dia. Agora nem tanto por conta dos contratempos. Ri de mim mesma porque estou criando alguns hábitos. Um é este, de escrever no meu computador primeiro, no editor de texto, para depois passar para o blog. E outra coisa: fico maluca para digitar meus manuscritos, uma vez que eles são muito passíveis de perda. Tem pessoas que acham que a digitalização não é confiável. No entanto, esses conceitos começam a ser invertidos, uma vez que ter seus escritos digitados é o primeiro passo para que eles sejam lidos. Como faria, por exemplo, se não digitasse o que escrevo agora? Como isto seria publicado? E os contos que ganhei em concurso? Como faria se um dia, com muito esforço, não digitasse os manuscritos deles? Sim, porque a maioria dos meus textos antigos são escritos à mão. E muita coisa ainda continua. Tenho tanta coisa escrita que se fosse digitar tudo iria ficar demente. Mesmo quando não escrevo nada literário, encho páginas e páginas do meu diário. Parece infantil ter diário, a até mesmo um blog chamado "O diário de uma escritora", que raio de tantos diários? No entanto, funciono assim: sou movida, organizada à base de escrita. Sem ela, nem consigo nem saber quem eu sou.
Fico imaginando se nascesse numa época em que não houvesse escrita ou que o conhecimento das letras não chegasse até mim. Decerto iria colocar outra coisa no lugar para dar algum significado a essa existência, que como diz Ferreira Gullar, não há significado algum.
Tenham todos um ótimo dia!
Quel

domingo, 4 de julho de 2010

De volta à segunda-feira

Olá amigos!
Boa noite!
Estou me preparando para dormir que amanhã acordo bem cedo. Meus finais de semana parecem me levar a um paraíso e às segundas-feiras, todas as feiras usurpam-me desse conforto. O dia nem mesmo clareia e já estou de pé. Tem dias que chego em casa e é noite. Pergunto-me se é possível coordenar minha criação com essa quantidade de trabalho. Hoje terminei as observações do "boneco" de Livremente Mara. Pelo menos isso eu dei conta nesse turbilhão.
Um abraço a todos,
Quel

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Derretida

Meus olhos ainda estão esbugalhados do cochilo da tarde. A pele está fresca como se estivesse à toa há dias seguidos. No entanto, ando trabalhando como uma jumenta do nordeste. Minha mesa está repleta de diários para preencher notas e outras coisinhas que nem tomei nota ainda que é para evitar a fadiga. Se é que há algum meio de evitá-la.
Cheguei da escola e, como não trabalho à tarde hoje, resolvi tirar uma soneca e faltar da aula vespertina de Kung Fu. Quando dei por mim, estava a me imaginar derretida em cima da cama, me escorrendo pelo quarto a fora, como calda em cima de um bolo.
Pensei: é tempo de levantar, escrever um pouco e terminar o trabalho. Só assim poderei descansar de verdade.
Beijo grande a todos,
Quel
(30/06/2010)

domingo, 27 de junho de 2010

Alegria infantil?

Olá amigos,
Acordei numa alegria dessas sem muita razão. Como se de repente tivesse retornado à infância e recuperado toda a vitalidade daqueles tempos.
Apesar de estar trabalhando mais, isso não tirou minha vontade de continuar lutando pelos meus sonhos, nem minha ânsia pelo conhecimento.
Comecei o dia com uma salada de frutas e depois preenchi uma lista de tudo que planejo fazer hoje.
É assim que começo um dia como esse: domingo.
Fico preocupada porque na lista não está sair com minhas amigas ou coisas assim. Quem sabe mais tarde vou ao cinema. Sozinha mesmo.
Não deve ser de todo mal ficar uns tempos recolhida, ainda mais pelo motivo que me proponho.
Bom dia a todos,
Raquel

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Janela aberta

Amigos leitores! (23/06/2010)
Como estou nas vésperas de pegar no meu romance novo e escrever umas linhas, parágrafos, o que a minha imaginação me levar, entrei no meu quarto, coloquei um CD de Jazz instrumental e abri a janela. Apesar de ser noite e estar frio, estava me sentindo sufocada com a janela cerrada. Tenho algo contra a janelas fechadas. Para mim, todas elas devem estar abertas, independente do clima. Para me aquecer, me enrolei numa coberta felpuda. Na falta de uma lareira elétrica, vai a famosa coberta mesmo. Depois de treinar uns golpes no Kung Fu na academia, descansei a mente, liberei energia. Era o que precisava num dia tenso como esse.
Tem gente que relaxa com Yoga, Pilates e outras coisas mais calmas. Eu preciso fazer algo que realmente mexa o esqueleto. Desisti da musculação: já era hora. Odeio! Depois de treinar Kung Fu e tomar um banho, a impressão que tenho é que saí de uma massagem. Estou menos ansiosa. Problemas todos temos. O fato é se conter diante deles.
Agora, licença... Irei à escrita!
Boa noite a todos,
Raquel

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Alunos cheios de energia!

Boa tarde a todos!

É um pouco apática que começo esse escrito de hoje. Deve ser a canseira de dar aulas. Os alunos me estranharam e eu estranhei os alunos. Mas a gente pode se dar bem. Pensamento positivo. Eu sou a terceira professora de inglês deles esse ano. Eles talvez estão com medo que eu os abandone também. Quando olho para cada uma daquelas carinhas bonitinhas, não dá para entender como produzem um barulho tão alto e ao mesmo tempo pulam, saltam, perguntam, respondem. Eles estão cheios de energia!
Vou à academia e logo depois irei cuidar da minha escrita. Pois para esse fim esse blog foi feito. Para que as circunstâncias não me desviem do meu sonho maior, que é um dia viver do que escrevo.
Beijos,
Quel

terça-feira, 22 de junho de 2010

A jornada é longa!

Boa tarde!
Ontem peguei no galho da rosa vermelha que enfeitava meu quarto, parti-o em dois pedaços. Não adianta lamentar, nem cultivar o que é infértil. Na vida, aprendi a lição de recuar. Embora sejamos obrigados a recomeçar, temos que admitir quando nos precipitamos. É assim que meu coração sente: sozinho, triste e dolorido. Ele está doendo mais do que o meu corpo depois da aula de musculação.
Quanto à escrita, ando ocupada revisando o “boneco” do livro. Irei me dedicar a isso hoje à tarde. Se sobrar um tempinho, ainda escrevo umas linhas no meu novo romance. Mas a prioridade é para “Livremente Mara”, né?
Hoje foi meu primeiro dia de aula na outra escola. Isso quer dizer que começou hoje a jornada de 40 aulas por semana. Vamos ver como é isso.
Beijos, amigos!
Raquel de Souza

O chá de romã


Olá amigos,
Boa noite,
Hoje quase não trabalhei por conta de um resfriado forte. Acordei, achei que o desconforto iria passar, mas ele só piorou dentro da sala de aula. Fui ao pronto socorro, onde fiquei horas para fazer tudo que precisava. Inalação, raio-x e essas coisas bem chatas. No fim, o médico acha que tenho uma faringite ou resfriado. Na verdade, me conheço: estou com resfriado e uma faringite como conseqüência. Ele me receitou uns remédios de praxe. No entanto, saí do pronto socorro convicta que o melhor a fazer numa situação daquelas era recorrer à sabedoria popular a ficar me intoxicando com essas drogas todas. De drogas, já basta o meu cigarro. Fui à casa de minha tia, apanhei umas romãs bem gordas e voltei para minha casa. Aqui, comi os frutos de uma e reservei a casca para fazer o chá. Minha mãe sempre me disse que o gargarejo do chá da casca do romã é um santo remédio para amidalite. Fiz o chá. Depois dele morno, enchi um copo e achei melhor tomar um pouco. Passou pela minha cabeça que, se o negócio era faringite, o único meio do chá entrar em contato com a inflamação era tomando o chá. Depois que tomei o amargo chá é que gargarejei. Não dá para negar que o efeito é rápido, já que o chá tem algo de analgésico também. Todavia, resolvi pesquisar na internet para checar dos benefícios do chá da casca do romã. Qual não foi o meu desespero em saber que não se poderia beber o chá. Mais desesperada fiquei quando fiquei sabendo que a casca do romã tem propriedades tóxicas. Pensei: estou envenenada. O que fazer? Pensei que o melhor era provocar um vômito. Mas a minha garganta estava sensível. Poderia piorar as coisas. Resolvi deixar o chá na barriga e ver o que acontecia. Até agora estou viva. Se amanhã não aparecer mais, já sabem. Estou tranqüila quanto a isso. Sou uma menina boa, cumpridora das leis e daqui só posso parar mesmo no céu. Ou mais otimista, pesquisei mais fundo e vi que a casca tem propriedades vermífugas. Como diz o ditado, o que não mata engorda. Esperemos.
Nesse entremeio, havia uma palestra a noite para ir, coisa bacana mesmo, com uma ilustradora de livros chamada Regina Renoó. Ela compõe livros de imagem e achei o assunto interessantíssimo. Eu saí daqui de casa sem maquiagem, tamanha a prostração, mas eu fui. E valeu a pena. A palestra me acrescentou em muito nos meus conhecimentos pedagógicos e artísticos. No final, encontrei uma velha amiga de adolescência, que agora é professora também. Levei-a até a sua casa e ainda voltei com vários livros que ela me emprestou debaixo do braço. Assim, olho para a pilha de livros que tenho para ler e imagino que não há como me sentir entediada. Mesmo que os livros sejam em sua maioria teóricos.
Percebi nesses últimos dias que nada do que se aprende é perdido e ora ou outra se utiliza aquilo que se aprendeu. Outra coisa é que se temos um sonho, e fazemos tudo para alcançá-lo e mesmo assim não conseguimos realizá-lo, a luta não é perdida. Talvez o tempo que você determinou para realizar o projeto não era o tempo certo. Por outro lado, de uma hora para outra, as portas se abrem para você realizá-lo. Em outro período, com outra maturidade. Se temos sonhos, lutarmos para que eles se realizem e esperarmos, podemos alcançar quase tudo. Ou até mesmo tudo. Quem sabe?
Bom sonho a todos,
Quel
18/06/2010

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Viver é perigoso!

Olá amigos!

Depois de se avançar um degrau a mais na grande vida, acho que é natural esse sentimento de estar se equilibrando em águas. Sinto-me como se fosse uma bandeirante, explorando uma floresta nunca antes tocada. Seria mais seguro recuar e voltar aos lugares que já conheço. Todavia, é preciso tentar. E como dizia Guimarães Rosa em seu livro "Grande Sertão: Veredas", - "Viver é perigoso."
A mulher nunca teve tanta liberdade e autonomia quanto nesse século. Agora sim estamos na situação em que não somos as revolucionárias do século passado e sim, as novas mulheres, fruto disso. Estamos descobrindo nosso caminho, nossa trilha. "Navegando por mares nunca dantes navegados." (Os Lusíadas)
Antes a mulher "direita" tinha um único destino: Casar, ter pelo menos uns... 10 filhos, criá-los e cuidar da família. Hoje os destinos são tão variados como os nossos fios de cabelo. E no meio desse monte de escolhas, não se pode deixar de viver, de observar os hibiscos, e os ipês que principiam a florir.
Beijos,
Raquel de Souza

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Crônica de uma despedida - escrito por Renato Alessandro

É com meus sentimentos embargados e cheia de saudade que posto essa crônica de meu querido amigo Renato. Infelizmente a vida da gente nos obriga às vezes a ficar distantes espacialmente dos nossos amigos. No entanto, estamos sempre pertos. Um próximo ao coração do outro.
Beijos, Rê

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar...

(Andrade, Carlos Drummond de. Poema a um ausente)

Se todos fossem iguais a você, Que maravilha viver (...)

Vinicius de Moraes

Crônica de uma despedida

Renato Alessandro da Silva



Eis que um poeta cá solitário e tristonho vem para despedir-se através de palavras. Aliás, elas são o mais apropriado neste caso. Imagina um poeta a soluçar sem versos? Sofrente, o escriba amolda quiçá qualquer metáfora com o fito de aquietar-lhe o que se chama algures ‘alma’. Mas que estas imagens relutam em vir com o mesmo compasso das letras que, em comum e fundado acordo, ora adiantam-se. É certo que no ofício de versificar tal ritmo vez por outra pode descompassar: o poeta pretende imprimir as estrofes com nitidez e facilidade, as letras saltam rápida e ferozmente, porém sem música, ocas, opacas. Decerto sairá algo do vernáculo.

É o que sinto neste instante. Quero os verbos, os versos. Mas a única poesia que me vem está lá fora, no fim rubro da tarde, no barulho estridente do sino da catedral (há uma catedral em ruínas), no estribilho das crianças que deixam as escolas e de modo atabalhoado passam o semáforo (o automóvel não as percebe, tampouco vê o sorriso).

Antes, nem faz muito, a poética era muito mais evidente: ao fim do horizonte os ipês – que só costumam apresentar seu tingido e nuance às vésperas da primavera – já vicejavam e tingiam alegremente um espaço que pode, a depender do espírito, ser a vida ou a paisagem.

Antes havia sua companhia, sua camaradagem, seu apoio desde as incipientes horas.

Há, porém, a partir do presente, este instante, no qual a ausência é um peso peremptório: seguir! A vida tem dessas malucas ironias: quando estamos prontos, prestes a explodir em verso o que era apenas rima pobre – partimos.

A contemplar o futuro, certamente, haverá um dia em que todos passaremos. Ficará, inelutável, a pretérita convivência, a solidariedade, a lembrança. Farás a falta de um afluente: os rios só são fortes para superar distâncias porque se enraízam em outros e com este apoio ganham corpulência e deságuam no diáfano oceano.

A nigérrima noite já respira (ao fim da qual nos espera o porvir). Silêncio. Sinto-me triste como pétala fora da flor. E com saudade.

Viver, simplesmente

Bom dia, amigos!

Já reparou como os dias de inverno são tão bonitos? No céu não há uma única nuvem para atrapalhar a brancura do sol. E o sol branco toca a terra de leve, sem esquentar muito. E ele vai passando e vai embora rápido. As donas de casa que apressem para colocar as suas roupas nos varais e aproveitar o calorzinho bom e saudável do sol.
Eu tenho que aproveitar do dia que é quando se é suportável ficar sentada algum tempo em frente ao computador. A noite isso tem sido impossível, devido à baixíssima temperatura. Infelizmente nós não temos infra estrutura para suportar temperaturas assim. Então o jeito é esperar esquentar um pouco para voltar a escrever a noite. Ou comprar uma lareira elétrica, o que não é uma má ideia, nem um investimento ruim.
Comecei o dia, tomei meu café da manhã (pensando no chocolatinho que estava no armário). Não resisti: comi o chocolate. Mesmo lendo o livro "Sugar Blues" e balançada de saber os males que o açúcar causa no nosso organismo. E isso não é mentira. Na verdade, eu já tive problemas com consumo de açúcar. É por isso que me vem aquela culpinha quando como bombons. Além de tropeçar na dieta, claro.
Depois do café, comecei a listar o que deveria ser feito hoje. Liguei o som, fechei os olhos. Existia algum horário ali só para se viver? Só para emocionar-se por estar viva e feliz? Porque estar viva é um milagre, não sabia? E porque não havia na minha agenda um espaço para isso? E porque nunca vi na agenda de ninguém, escrito: hora de viver, simplesmente. E por que quando nos distraímos com uma música ou qualquer outra coisa bela, nos culpamos e achamos que estamos enrolando nosso serviço? Se nossa função primordial nesse mundo é viver. Apenas. É na vivência que podemos ter mais alegria, mais conexão com a natureza. É através dela que podemos nos amar melhor, nos cuidar melhor. E, consequentemente, amar melhor os outros e cuidar melhor do próximo.
Não sei se sou maluca. Mas para me manter tranquila e equilibrada, tenho que ficar um tempo sozinha. Eu acho que é por isso que escrevo. Quando faço isso, vai ficando tudo em ordem na minha cabeça. Se afasto muito da escrita, pode saber que lá vem desordem outra vez. Outra vez falta de disciplina. Uma coisa está ligada a outra.
Sou uma escritora em construção. Por isso, ainda estou definindo como me sinto melhor na hora de escrever.Já fui muito desorganizada na minha vida. Mas na hora de escrever, acho impossível ter desordem. A primeira coisa que faço é organizar o espaço em que vou trabalhar. Depois disso, mesmo quando eu não tinha blog, eu fazia divagações sobre o que é escrever para mim. Daí sim começava a escrever naquilo em que estava trabalhando. Num conto, num livro infantil, num romance.
Muita gente tenta definir os costumes de um escritor. No entanto, como li no blog da Flip (Feira Literária de Paraty) "Lo único cierto, en todo caso, es que los escritores son animales de costumbres y que la mayoría de ellos tiene una debilidad por los rituales y la disciplina."
Não há como uma pessoa chegar para você e dizer: faça isso, faça aquilo e se tornará uma escritora. Cada um se organiza como pode, como se acha melhor. A única coisa que não pode acontecer é parar de escrever. E escrever é um ofício solitário em que você dirige todos os processos. Só depende da gente, de mais ninguém. Pelo menos é assim no começo.
Um abraço a todos,
Raquel de Souza

terça-feira, 15 de junho de 2010

Ideias mais coloridas

Olá amigos,
Andei alguns dias sem postar nenhuma mensagem. No entanto, isso não se deu pela falta de assunto e sim pelas horas que voam e quando quero ver sumiram de minhas mãos. Na verdade, estava resolvendo assuntos de uma outra ordem e decidi ficar alguns dias sem trabalhar no meu livro novo. Mas agora estou de volta. Hoje chegou o “boneco” do meu romance “Livremente Mara”. E é muito bom tocar na estrutura do que será meu livro publicado. Eu adivinho minha emoção quando tocar nele, realmente concretizado. Para falar a verdade, já é bom demais acompanhar o nascimento desse livro, curtir cada processo de edição, cada detalhe. Como tenho um cronograma tranquilo, dá para desenvolver tudo com muita calma.
Como fiquei afastada uns dias do blog, a mesma coisa aconteceu com o romance que agora estou escrevendo. Se bem que voltarei amanhã a escrever com uma ideia, vamos dizer assim, mais colorida sobre o que vou digitar daqui para frente. Isso devido às coisas que vi, senti e li esses dias. A vivência é muito importante para o florescimento das ideias. Não dá para se criar fechada num quarto. Dá até para se escrever numa condição dessas. Mas quando estamos falando em construir algo “novo”, precisamos ter contato com o mundo. Senti-lo, sentir as pessoas, e principalmente se sentir.
Como já é madrugada, vou dormir que amanhã acordo cedo. Já diz o ditado “Deus ajuda quem cedo madruga.” Agora preciso me organizar melhor para dormir mais cedo. Afinal, sonolenta, não tenho vontade de nada.
Que o jogo do Brasil dê alegria, mesmo que fugaz, ao nosso povo.
Abraços,
Raquel de Souza
15/06/2010, 1:30 da madrugada

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Recomeço

Boa noite!

Hoje não está sendo um dia fácil. De repente até as coisas mais inusitadas na vida, quando se tornam parte de sua rotina, se mesclam a você. E tudo volta a ser igual, tudo ao seu ponto de início. E o que é a vida senão esse aglomerado de recomeços?

Beijos,
Raquel

terça-feira, 8 de junho de 2010

O ócio criativo

Olá amigos,

O dia gela lá fora e o trabalho se acumula nos ares. Melhor não sofrer por antecedência. Por enquanto estou descansada e cheia de ideias. Mas, depois de um dia exaustante de trabalho, amigos, é impossível ter ideias. Tem um amigo meu, músico, grande violonista por sinal, que diz da necessidade de termos o ócio criativo. Porque é preciso deixar a alma voar livre. Se a acorrentarmos com o jugo das tarefas que consomem as horas e as energias, como é possível liberar a criatividade?

Abraços,
Raquel de Souza

Caída de amores

Boa tarde amigos!
Tem uma música de Cazusa que fala:” Vou pagar a conta no analista para nunca mais ter que saber quem eu sou.” Estou quase assim: doente de amor, não querendo sarar.

Já viu contar de quem não quer sarar?

E a vida de escritora anda próspera, cultivando a disciplina diariamente, mesmo que meu corpo seja preguiçoso e minha mente só queira saber de caçar borboletas azuis.
Abraços,

Raquel de Souza
07/06/2010

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sentimento e Disciplina

Bom dia!
Para começar um dia de trabalho, escrever no blog tem sido como um aquecimento, como já disse antes. Se temos que aquecer a voz para dar aulas, se temos que afinar os instrumentos para tocá-los, também é necessário regular a tonalidade das palavras. E esse blog me serve de ponderador, de filtro, um propósito à concentração.
Hoje abri os olhos e pensei: tenho que levantar e escrever. Afinal de contas, à tarde eu e meu amigo João vamos a nossa Poços maravilhosa para ele conhecer. Provavelmente será um passeio muito agradável. Ver cachoeiras, montanhas do alto sempre são ótimos programas, mesmo para quem já viu essas paisagens milhões de vezes. No entanto, quando levantei e me deparei com a janela, que dá de frente para uma mata, não resisti. Abri a janela e fiquei contemplando a beleza daquele momento, sentindo aquele instante. Daí pensei, lembrei que o fundamental de escrever está no sentimento. Não se dá para colocar a arte no mesmo lugar de coisas que se produzem em série. Estabelecer assim: hoje vou escrever tantas páginas! Não! É preciso sentir primeiramente. No entanto, disciplina vem logo depois do sentimento. E é nisso que venho trabalhando: a combinação entre sentimento e disciplina.
Um abraço, amigos!
Raquel de Souza

Os labirintos

Olá amigos!
Acordei umas nove horas da manhã e até agora estou preparando meu lugar para escrever. Estou na biblioteca da Rosa dos Ventos, lugar claro, com uma vista inspiradora. Recolhi alguns CDs na estante para relaxar enquanto trabalho. Tudo parece perfeito. Agora mesmo, vindo da cozinha para cá, ajudei a receber alguns hóspedes. Porque aqui é bem assim: você passa de hóspede à morador em dois tempos e é como se eu conhecesse todos aqui de longa data. Faz que um ano que freqüento essa casa. Posso dizer que esse lugar abriu portas para um novo tempo na minha vida. Novas amizades, novas relações sociais, novos ângulos de como olhar a vida. Ontem, quando cheguei, fiquei um pouco assustada por ser a única hóspede e até me arrependi de ter vindo. Por que não esperei? – pensei. Mas mesmo essa reflexão que tive que fazer me ajudou porque acho que estava vivendo num ritmo muito corrido. Eu gostaria sabe do que? De morar aqui nesse sítio, e viver meus dias como hoje. Encontrar meus amigos, comer com eles, tomar uma água tônica – já que não bebo quando escrevo. Mais tarde, se reunir em volta de uma mesa ou de uma fogueira e bater um papo bacana. Só uma coisa às vezes me chateia – é o fato de que, como dizia Sartre – somos condenados à liberdade. E isso me traz uma solidão e desamparo enormes. Quem me salvará? Hoje eu tenho a resposta que só eu mesma posso fazer isso. E a vida entra por labirintos e testes cada vez mais complicados. Mas não há outra alternativa que passar por eles e vencê-los.
03/06/2010

Boa madrugada!

Boa noite, amigos! Para não falar boa madrugada!
É que com esse negócio de eu ter me resfriado, mais dormi que fiquei acordada esses dias. Pois me deu um sono tão avassalador que não consegui nem ler livros. Até tentei – minha cabeceira está cheia deles – mas o sono foi mais forte. Parecia mais um urso polar hibernado. Ainda bem que agora estou me sentindo melhor. E sem sono, obviamente. Não tem riqueza maior na vida de uma pessoa que a saúde. Sem ela, perdemos o ânimo, o tino. Até um resfriado de nada pode nos derrubar. Somos frágeis.
Hoje fiquei matutando em questões como: Como vou conciliar minha vida pessoal com o monte de ocupações que arranjei para mim? Todas as pessoas ao meu redor têm que estar cientes que agora um tempo da minha vida está sendo dedicado à escrita. Fora as quarenta aulas que começarei a dar a partir do dia 22. Mas, enquanto esse dia não chega, o trabalho anda tranquilo.
Eu estou radiante. Isso porque estou me sentindo melhor do resfriado. Sinto uma gratidão enorme por meu ânimo estar voltando e minha vontade de escrever também.
Beijos,
Raquel de Souza – 01/06/2010 – 01:10 da madrugada

terça-feira, 1 de junho de 2010

Cadê as mulheres?

Olá amigos,
Hoje, sem meias palavras, sem divagações sobre efeitos da cafeína ou do sono exagerado. Quero falar sobre o mercado editorial. Na verdade, quero fazer um protesto. E já faz tempo que gostaria de fazer isso mas não sabia como. Agora, estou aqui, a falar com vocês. Peço que deem uma observada nas vitrines de livraria. Veja o que encontra. Pode ver que a maioria deles são de auto-ajuda ou alguma coisa parecida. Até aí, tudo bem. Aliás, atire a primeira pedra que nunca leu um livro desses. O problema não está bem aí. Estão nos escritores. Quem são eles? Deem uma olhada. São de uma grande massa estrangeira. Será que também não temos livros brasileiros? Aonde estão nossos escritores? Por que o mercado editorial não nos dá uma chance, um valor maior em vez de ficar valorizando a cultura estrangeira? Por que tudo se converte em forças à aculturação? Mesmo quando se trata de um público que gosta de ler, é preciso também evidenciar o que os brasileiros produzem. É o que é justo, na verdade. Não é natural toda exposição de escritores estrangeiros na vitrine enquanto os livros brasileiros ficam ocultos, muito humildes, nas prateleiras. Por que? Eu realmente gostaria de saber. E outra coisa: um passatempo meu é ir à livrarias e pesquisar quantas mulheres escritoras estão na prateleira de literatura brasileira. Na verdade, os livros são tão raros que conseguiria carregá-los. Será que temos poucas escritoras ou o mercado simplesmente não se interessa com esses problemas ínfimos? Pode ser até que a mulher tenha ganhado algum espaço em alguns quesitos. Mas não nas prateleiras de nossa literatura.
Beijos,
Raquel de Souza

domingo, 30 de maio de 2010

Dormir é a melhor coisa!

Olá amigos,

Estou olhando para a tela do computador e me pergunto:o que escrevo? Apesar de ser noite agora, acordei faz pouco tempo. Reservei o domingo inteiro para repor o sono atrasado da semana e não tem nada melhor do que se sentir descansada. No entanto, como dormi demais, estou um pouco sem assunto. É por isso que quase nunca escrevo logo que acordo. Acho melhor escrever a noite porque se passou por muitas experiências durante o dia e aquilo te inspira. Com esse blog, vou conhecendo minhas preferências na escrita. Vou escrever um pouco no meu livro agora, assistir a um filme e se me der sono, durmo de novo.
Beijos a todos,
Boa noite!
Raquel de Souza

sábado, 29 de maio de 2010

Que seria de mim sem o café?

Salve amigos!
Estou acordada à base de café. Eu queria ter chegado em casa e dormido. Porém, eu sei que não iria levantar para escrever mais tarde. Então, resolvi escrever aqui primeiro para depois finalizar o segundo capítulo do livro. Esse blog tem me servido de aquecimento para minha escrita. Quando começo a escrever o romance as palavras saem mais rápidas.
Ontem tive uma conversa com meu amigo professor de história. Receio que estou cometendo mais um erro no livro. Quem sabe à partir de amanhã, não recomeço o começo outra vez? Mesmo sabendo que posso apagar amanhã o que vou escrever hoje, vou escrever. De qualquer forma, é um exercício a escrita e nunca se perde por escrever um pouco a mais.
Abraços,
Raquel de Souza

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Entre vinhos e taças

É uma mistura de vinhos, taças e ilusões
São palavras voláteis confinadas em quatro paredes.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Nas prosas simples saem respostas inesperadas

Salve amigos!
O dia como foi? Corrido. Trabalho, almoço com minha tia avó, trabalho, trabalho. Achei que poderia aproveitar o intervalo que tenho à tarde para escrever aqui. No entanto, os planos de aula me tomaram por completo. Mas, não importa. Agora estou aqui. Cansada, obviamente. Mas com a mente renovada pelos goles de capuchino. Mas não vou ficar falando aqui da minha rotina de professora. Passarei logo ao principal: o almoço com minha tia avó.
Ela tem oitenta e cinco anos e uma mente extremamente lúcida. E nosso almoço foi tão longe que chegou aos mil oitocentos e bolinhas quando meu tataravô trocou quatrocentos alqueires de terra, onde fica situado Jaboticabal hoje, por um casal de escravos. E ela me disse da maleita que quase matou meu ancestral e todos que estavam com ele. E, sem ordem cronológica ela foi contanto um pouco sobre a gente antiga, o que faziam, o que vestiam, e o que pensavam.
É claro que nesse momento estou com muito mais perguntas que respostas e que almoços assim vão se repetir por várias vezes. Tomara! Porque além de prosa boa, minha tia é ótima cozinheira e faz uns doces que só ela! No entanto, algumas respostas dentro de mim foram respondidas, coisas que afloraram na nossa conversa. De repente eu entendi minha história, a ideologia em que foi formada minha extensa família. E no final das contas, era inevitável que tudo acontecesse do jeito que aconteceu. Eu tinha um certo preconceito com o modo de pensar do meu povo, eu confesso. Mas agora, conhecendo, eu respeito. Então, posso dizer que o conhecimento da nossa própria história é sagrado. É ela que dá os fundamentos para a nossa identidade. Duas partes de mim, hoje, fizeram as pazes. E eu me sinto feliz e completa. Na verdade, agora não há conflitos dentro de mim. E estou satisfeita. Apesar de nem todas as perguntas serem respondidas, minha tia respondeu espontaneamente perguntas do meu interior. Sem me machucar, sem eu machucá-la. Na verdade, hoje me senti curada de um monte de feridas e que, depois de uma morte agonizante, estou viva outra vez, como Fenix que renasceu das cinzas.
Quanto à escrita, vamos a ela. Ontem escrevi um pouco. Sempre escrevo o mesmo tanto, dando aulas ou não. Por isso que acho possível trabalhar mais horas e ainda escrever. Na verdade, não tenho escolha. Ou tenho. Na verdade, já fiz a minha escolha: escrever, escrever, escrever. No entanto, com os pés no chão.
Boa noite!
E obrigada Tia Clara pelo esplendoroso almoço!
Raquel de Souza

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Criada a som de bicho

Olá, saudações aos possíveis, talvez invisíveis leitores!
Fico pensando em quem se interessaria por esses assuntos tão estranhos como inventar uma história e escrevê-la. Coloquei uma música para tocar, para ver se abafa os sons alheios – muito barulho por aqui. Uma coisa que me incomoda muito é barulho. Não sei por que. Acho que é porque fui criada no quase absoluto silêncio. Tanto é que se fechar os olhos me lembro dos programas de rádio que meu pai gostava de ouvir na hora do almoço. Mas meu pai trabalhava muito e minha mãe – que era quem ficava comigo – nunca ouvia música ou algum programa qualquer de rádio. A gente morava numa casa em que o fundo dava para uma mata. Assim, me acostumei com o som dos passarinhos, dos macacos e dos bichos todos que nos rodeavam. Mas não consegui me acostumar com barulho de gente. Parece estranho, não? Ainda mais que sou professora e adoro dar aulas para os pequenos. E eles fazer a maior balbúrdia! – Que antagonismo! Mas não tem coisa melhor do que eles fazerem fila para me dar beijinho no rosto no final das aulas. Na verdade, o som só me incomoda quando escrevo. Ou quando estou tentando dormir. No entanto o desafio é: escrever mesmo que as condições sejam adversas. Mesmo que o mundo esteja berrando lá fora é necessário dar um jeito de me concentrar e escrever.
Como não é dia de eu lecionar, resolvi dar uma volta aos arredores de casa e chegar até um parque que tem aqui perto. Troquei meus exercícios aeróbicos de esteira e bicicleta ergométrica por um passeio nesse dia maravilhoso que fez hoje. Seria um desperdício enorme chegar à academia e ficar lá dentro como um ratinho na gaiola, com aqueles brinquedinhos deles, aquelas rodinhas, sabe? Eles andam, andam e não chegam a lugar nenhum. Igual a gente na esteira. Você caminha, caminha e não vai a lugar nenhum. A que ponto o ser humano chegou, não? A ponto de criar uma máquina para você caminhar, somente para se exercitar. Toda vez que apareço por lá fico aborrecida pensando nessas coisas. Aí fico imaginando que pelo menos se poderia aproveitar esses movimentos da gente para gerar energia elétrica. E assim vai passando os longos minutos de exercício. Infelizmente não tem outro jeito. Não são todos os dias da minha vida que tenho a oportunidade de dar um passeio lindo como o que fiz hoje. E eu acabo voltando para a esteira e afins para manter a saúde e a forma.
Falei que falei e não cheguei ao ponto principal que é falar da minha tarefa de escrever o romance. Na verdade, por conta do “LIVREMENTE MARA” que vai sair em setembro, fico um tempo dedicando a ele também. Aliás, esse filho já estou parindo. E ele necessita de atenção. Mas não posso deixar de pensar no outro que vai sair também um dia. O romance está dando trabalho. Tenho muitas ideias, muitas coisas para colocar. Mas quando penso no que vou escrever daqui a pouco, não me agrado. Será que estou com medo de errar? Com medo de escrever asneiras? Mas se escrever algo que me desagrade, apago, pronto. Qual é o problema?
Um abraço a todos,
Raquel de Souza

terça-feira, 25 de maio de 2010

O gato dos telhados

Olá, boa tarde!
O dia está claro e ensolarado como deve ser um princípio de tarde no outono. Dei uma volta lá fora e me deparei com um corajoso gato preto atravessando os telhados. Ele, apesar de estar com medo, sendo visto pelos cachorros dos quintais, continuava seguindo em frente, imune.
Acho que dá, por essa cena, para fazer uma analogia com o que estou sentindo agora. É que em pouco tempo vou deixar de ser uma escritora sem livro para ser uma escritora com livro. Meu romance Livremente Mara será lançado em setembro. Isso significa que serei lida, exposta, criticada e talvez amada. Escrever é como dar a cara a tapa. Não dá para se esconder entre as linhas, entre as palavras. De uma hora para outra você surge, não com as casca do corpo mas com a alma esmiuçada. Eu espero que meus futuros leitores gostem do que escrevi. Mas tenho que estar preparada caso não gostem. Mandei ontem o que faltava para o "boneco" do meu livro ficar pronto: a dedicatória e a epígrafe. Depois vem o processo da capa. Fecho os olhos e tento imaginar meu livro nas minhas mãos. Deve ser como segurar o primeiro filho. Uma emoção grande demais!
Agora vamos mudar um pouco o assunto e falar a quantas anda o meu novo romance. Ontem escrevi mais uns parágrafos. Eu tinha tido uma ideia mirabolante à tarde e tinha resolvido apagar tudo e começar de outra forma. Acho que não será preciso. Dá, com uma aperfeiçoada, para continuar no mesmo ritmo. O interessante é que no romance Livremente Mara eu gostaria de ter dado o ritmo que estou dando neste e saiu outra coisa. Agora, quase sem querer, é esse ritmo que surge, assim, sem mais nem menos. Escrever, camaradas, é uma surpresa. Se imagina uma porção de coisas, se faz roteiro e tudo mais. No entanto, quando se vai para o "papel" e escreve, outras coisas podem aparecer. Na verdade, quando isso acontece, é a parte mais agradável de escrever. Quando se fica tão absorvida pelos personagens que eles te transferem automaticamente para aquela realidade que você criou. E que você passa a ser uma espectadora ou até personagem. É aí que a distância entre o narrador e o acontecido fica menor. É assim que a história começa a me tocar. Não só tocar na imaginação mas tocar de modo a solidificar isso na escrita.
Um abraço a todos!
Raquel de Souza

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A minha notícia

Bom dia!
Hoje acordei num silêncio maravilhoso. Há dias não consigo acordar de maneira tão pacífica - o que me chateia um bocado. Sábado o alarme de uma casa vizinha disparou às seis horas da manhã. E ficou soando até quase dez horas. No domingo parecia que alguém estava estacando algum terreno aqui por perto. Era como se um elefante gigante estivesse a andar pelas redondezas. Só consegui acordar bem hoje. Talvez por ser segunda-feira e meus vizinhos sem noção estejam em outras ocupações.
O fato de eu acordar tranquila já me deu uma ideia sobre o que escrever no blog hoje. Na verdade, gostaria de falar de notícia.
Há dias não pego uma revista que seja para ler, ou jornal, ou assisto a um jornal televisivo. Na verdade, toda a vez que quero ficar atualizada, acabo por ficar muito triste e desesperançada. Para me conservar de bom humor, fico um pouco alienada dessas notícias que passam por aí. Na verdade, se fala em muita desgraça e eu gostaria que a mídia evidenciasse um pouco o lado positivo do mundo. Que ser feliz ou fazer uma coisa boa fosse notícia por si só. Por exemplo; o fato de eu acordar alegre e bem disposta hoje é uma notícia, por que não? Quantas pessoas hoje têm esse privilégio de acordar sem o despertador às segundas feiras? Está certo que daqui a um mês não será mais assim. Mas que importa? Hoje ainda possuo minhas segundas feiras para desfrutá-las como quiser.
Ontem à noite comecei a escrever mais uns parágrafos do primeiro capítulo do romance. Resolvi escrevê-lo e deixá-lo pronto para quando for entrevistar minha tia avó já, ler as partes que tenho dúvida em falar e fim de conversa. Se fosse assim tão fácil... Me surgem dúvidas toda hora. Será que isso é normal?

domingo, 23 de maio de 2010

Escrever é só escrever em si?

Olá,
Hoje é domingo. Ontem, fiquei até tarde assistindo a um filme brasileiro "O cheiro do ralo". É um filme no qual não se sai imune, tamanha é a loucura do protagonista. Depois fiquei conversando sozinha com o gravador que comprei ontem. Muitas vezes se passa ideias ótimas na minha cabeça mas estou em condições adversas para anotá-las num pedaço de papel. Assim, decidi que seria um investimento interessante comprar um gravador. Fiquei conversando sobre as minhas primeiras impressões de se abrir um blog e que, se não fosse esse acontecimento, ontem não tinha me sentado em frente ao meu computador com o propósito de escrever. O blog me ajuda a me comprometer a concluir esse novo romance em 600 dias (15 meses), na verdade, como se passou um dia, 599.
Eu realmente não sei se alguém vai se interessar em ler esse diário, tão específico. Eu mesma - admito - não sou seguidora de nenhum blog. Mas vou escrevendo, nem que seja para o vento.
E ontem, sentei-me cansada em frente ao computador. Reli o primeiro caítulo e percebi que ele, tirando o primeiro parágrafo, não está bom. Existe uma distância entre o acontecimento e o narrador que não gostei. Quero colocar o narrador mais em contato com aquela realidade. Mas, como se trata de um romance de época, percebi que escrevi daquela forma por não amadurecer a cena direito na minha cabeça. Fui escrevendo do jeito que as ideias vinham. Mas não é assim quando se tem que pensar que as coisas não eram como hoje e sim como a cem anos atrás. Na verdade, estou percebendo que é muito difícil escrever um romance dessa categoria. Isso porque toda hora surgem dúvidas e é preciso pesquisar. Um romance como Livremente Mara, por exemplo, eu não tive que me preocupar com isso, porque estava bem familiarizada com o tempo do romance.
Como resolver esse problema? - pensei.
Resolvi que aquela não seria uma boa hora para reescrever o capítulo e sim fazer tipo um roteiro. Já fazendo o roteiro surgiram algumas dúvidas que minha tia avó vai responder para mim. Elaborei as perguntas que farei a ela para confirmar algumas suspeitas e deixar o romance com um clima o mais real possível.
E então me chegou a questão que gostaria de discutir hoje: escrever é só escrever em si?
Reparando o que me aconteceu ontem, eu acho que se escreve a todo momento em que se pensa sobre aquilo. Não somente se considera escrever apenas o ato de escrever propriamente dito. Acho que elaborar um roteiro de capítulo como fiz ontem, meus minutos de olhos fechados imaginando a cena também fazem parte da escrita. Aliás, é a parte principal, quando se elabora, se amadurece na mente o que se vai colocar no "papel". Essas, na verdade, são as bases primeiras: ter uma ideia, amadurecê-la e só depois escrevê-la. Se qualquer desses processos não forem bem feitos, isso pode acarretar num texto ruim. Por exemplo: no meu capítulo eu desenvolvi a ideia e escrevi. Mas não parei para amadurecê-la. De qualquer forma, esse período de amadurecimento não deixa de ser um jeito de escrever também e é necessário esperar. Como diz no livro Angelo de Frei Betto, é necessário engravidar de ideias e só depois pari-las.
Nesse tempo imediatista em que vivemos, engravidar de ideias é uma coisa muito complicada porque vai contra ao pensamento de que tudo tem que ser feito rápido. Se analisa a eficiência mais pela quantidade de coisas produzidas do que qualidade. Até mesmo eu estabeleci um prazo para terminar esse romance. E se acaso ele não ficar maduro até agosto do ano que vem? Vou terminá-lo na correria só para falar que posso dar conta? Acho que não. Vamos ver o que acontece. Quem sabe do futuro?
De qualquer forma, vou tentar.
Um Abraço,
Raquel

sábado, 22 de maio de 2010

Um livro em 600 dias

Olá,


Primeiramente, antes de me apresentar, gostaria de dizer que nunca abri um blog e que sou iniciante nessa ferramenta. Na verdade, nunca me empenhei muito com sites de relacionamentos pelo simples motivo que se perde muito tempo em frente ao computador e o mundo está em "carne e osso" lá fora, prontinho para a gente desfrutá-lo. No entanto, há dias ando matutando com a ideia de fazer um blog contando a minha experiência em escrever. E aqui está ele. Eu vou escrever aqui como se fosse num diário, dividindo os sentimentos contraditórios de quem escreve e é iniciante nessa arte: as alegrias, frustrações, empolgações, tristezas - tudo isso junto. Na verdade, me sinto muito sozinha no meio dessas emoções todas e o site pode ser uma maneira de eu lidar melhor com isso, tendo a sensação - talvez ilusão - de que estou sendo ouvida. Também, se eu tiver leitores para esse site, a fazer uma rede de troca de experiências e amizades.




Agora, às apresentações: meu nome é Raquel de Souza, tenho 30 anos e escrevo desde que me colocaram uma caneta na mão. Lembro-me quando estava na quinta série e já ficava criando contos de fada num caderninho de capa vermelha que minha mãe me deu. E o tempo foi passando, passando e escrevia esporadicamente. Me fomei em Letras, fui aos Estados Unidos e acabei por virar professora de inglês. Na verdade, no tempo em que morei no exterior repensei melhor o que realmente gostaria de fazer quando voltasse ao Brasil. Não tive dúvidas e escolhi que quando voltasse, me dedicaria mais à escrita e "vestiria a camisa de ser escritora". Assim, me reveso entre dar aulas e escrever (o que não é tarefa fácil). No entanto, depois de lutas ferrenhas, vou publicar meu primeiro livro em outubro. Ele é um pequeno romance chamado "Livremente Mara" cuja protagonista é uma adolescente com problemas existenciais próprios da idade. Também tenho dois contos publicados - A Sina e A Noite de Abigail - num livro que se chama Mulheres em Prosa e Verso - Volume 4.


Mesmo que publicarei meu primeiro romance - isso quer dizer que tive que passar por todas as etapas de escrevê-lo - eu percebi que cada vez que se vai escrever um livro é como se fosse sempre o primeiro e que o caminho que você vai seguir ninguém vai dizer ou orientar. Escrever um romance é uma luta que a gente faz consigo mesma e, nem é porque se começou a escrever um livro que se tem garantias de terminá-lo. Começar um livro é como abrir portas e janelas para um mundo novo e desconhecido. Só temos uma vaga noção do que iremos encontrar. Depois depende da percistência da gente para continuar explorando esse mundo fantástico. E é com muito trabalho que se consegue isso.


Eu imagino que se tivesse como ocupação apenas a escrita, poderia ficar menos "tensa" em relação à disciplina que esse trabalho exige. (Não vão acreditando em inspiração divina que ela nunca chega!)


Acabei de decidir por aumentar minha carga horária e dar bem mais aulas do que dou. Desse modo, vou precisar de muito mais disciplina e organização para que meu trabalho que escritora não fique às traças. Para isso, espero mesmo que esse blog me ajude a manter o tino, a não perder o fio da meada.


Hoje o povo fala tanto em alcançar metas que isso ficou até banalizado. Mas o fato é que escrevendo aqui estou colocando um propósito para mim. Estou trabalhando no meu segundo romance. E vou fazer da seguinte forma. Vou me dar um prazo para esse romance ficar pronto. Calculei e acho que fica razoável terminá-lo em 20 meses. Assim, como começo esse blog hoje, dia 22/05/2010, terei que ter o romance pronto no dia 22/01/2012. E é dessa aventura de escrevê-lo que vou contar nesse diário, principalmente.




Um abraço,


Raquel de Souza