Quem sou eu

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Sou escritora e uso do artifício de escrever para depurar pensamentos e sonhos. Sou uma leitora apaixonada, curto assistir a filmes e séries e ir ao teatro. Tenho dois livros publicados: "A ilha e a menina" e "Livremente Mara".

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Alegria ao caminhar

Olá amigos,
Faz um tempo que não escrevo aqui. Ando estudando, com prazos para entregar uns projetos. Estou muito feliz e me sinto realizada. Não por ter alcançado tudo que almejo, mas porque existe graça e alegria no caminhar da vida.
Boa noite a todos,
Beijos,
Quel

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A diversidade dos caminhos

Bom dia!
Hoje resolvi inverter um pouco a ordem das minhas tarefas. Tomei meu café da manhã e já vim direto escrever. Tem dias, que mesmo de férias, não arrumo tempo para escrever durante o dia, tantos são os afazeres extras que me arrumo. Está certo que estou dando aulas particulares e com elas não parei. É uma maneira de assentar meus sentidos e me concentrar em ficar mais em casa e escrever o meu livro.
Apesar de ser escritora, não sou uma pessoa caseira. Adoro viajar e contemplar lugares novos. O que é velho me aborrece. No entanto, quando se propõe a escrever, é necessário enfrentar as coisas velhas, a monotonia, a solidão.
De repente, eu olho o dia luminoso da minha janela (o que não é o caso de hoje) e não estou lá para curti-lo e sim sentada numa escrivaninha trabalhando, por livre e espontânea vontade, sem remuneração, e sem garantias de que o escrito sairá bom. Pode ser que o apague depois, embora ache que na escrita, nada é perdido e o que não deu certo serviu de exercício.
Por um acaso o músico não precisa treinar seu instrumento todos os dias? E nem todos os dias o músico compõe uma música nova. E nem todos os dias ele se sai bem. Mas a junção desse treinamento é que faz um músico bom. A mesma coisa se dá com um escritor.
Se escreve, escreve. E nem todos os dias se escreve o que há de melhor. Mas tudo serve como aprendizado e construção. Saramago, por exemplo, só foi definir seu estilo com uns 60 anos, quando escreveu Memorial de um Convento. Clarisse Lispector, no entanto, já começou a definir seu estilo no seu primeiro livro “Coração Selvagem”.
Os exemplos são os mais diversificados possíveis. Não há como generalizar como funciona um trabalho de escritor. Gostaria de saber o que ensinam nessas escolas de escritores. Como é possível alguém ensinar alguém a ser escritor? A beleza dessa arte está justamente na diversidade de caminhos que cada um escolhe para escrever. Essa caminhada solitária e autodidata. Nós mesmos somos alunos e professores nessa paixão.
Beijos!
Raquel

Encontros e fugas

Olá amigos! (15/07/2010)
Não perdendo a linhagem desse diário, que relata como é a rotina de uma escritora em construção, queria explanar que, se acaso você tem medo de sofrer, é melhor nem começar a escrever ficção. Digo isso porque as histórias, como nossa própria vida, tomam rumos dolorosos algumas vezes. É o caso do meu novo romance. Quando me percebi, estava sofrendo junto com o drama de uma das personagens. E não adianta tomar uma aspirina para ver se a dor passa. É preciso estar ali e se emocionar juntamente com os personagens que você criou. É nessa hora que eu tenho vontade parar, fico alguns dias de “greve” de escrever. Todavia, não há remédio: é preciso chacoalhar a poeira e seguir em frente. De cara limpa, sem vinho tinto.
Escrevo essas palavras com uma certa melancolia. A minha vida anda passos um pouco inseguros. É o que faz toda a mudança. Sei que estou tomando atitudes em prol de realizar os meus sonhos. E eles têm um preço. E estou pagando: a prestações que começam quando acordo e terminam quando durmo. Todos os dias, todas as horas estou pagando. Um dia, pode ser, vou achar que essas ações são normais e não vou ficar pensando em pagamentos, sacrifícios. Acho que tudo que começamos é trabalhoso no princípio.
Quando volto para casa, vejo todos os bares e as pessoas se divertindo dentro deles. Sinto saudades. Embora ande encontrando meus amigos em outras situações sinto falta do ambiente descompromissado dos bares, das cervejas, da música. Mas estou em fase de recolhimento. É preciso me abster um pouco das loucuras da vida noturna para me conhecer melhor, para entrar no exercício da disciplina. Até mesmo para parar de fugir de mim mesma.
Quantas vezes não vivemos a se esconder de nós mesmos? E há tantas maneiras de fazer isso! Nesse mundo que mais nos proporciona fugas que encontros.
No entanto, apesar do ambiente hostil da filosofia comum de vida atual, penso que a viagem ao encontro comigo mesma é o caminho certo para ser feliz e realizada, em todos os aspectos. Se felicidade completa existe? Não. Mas existe a paz e o equilíbrio que alicerçam a pessoa, deixando-a mais forte, com cada vez mais coragem para lutar.
Abraço a todos,
Quel

terça-feira, 13 de julho de 2010

Síntese das Antíteses - TAO TE KING - Lao-Tse

O dia está nublado, já choveu um pouco, mal consegui dormir por conta do vento soprando contra as janelas. O que há de belo nisso? No que é cinza e frio?

Isso me faz lembrar de um poema de Lao-Tse do livro “TAO TE KING”, que transcrevo abaixo:

Síntese das Antíteses
Só temos consciência do belo,
Quando conhecemos o feio.
Só temos consciência do bom,
Quando conhecemos o mau.
Porquanto, o Ser e o Existir,
Se engendram mutuamente.
O fácil e o difícil se completam.
O grande e o pequeno são complementares.
O alto e o baixo formam um todo.
O som e o silêncio formam a harmonia.
O passado e o futuro geram o tempo.
Eis porque o sábio age
Pelo não-agir.
E ensina sem falar.
Aceita tudo que lhe acontece.
Produz tudo e não fica com nada.
O sábio tudo realiza – e nada considera seu.
Tudo faz – e não se apega à sua obra.
Não se prende aos frutos da sua atividade.
Termina a sua obra,
E está sempre no princípio.
E por isto sua obra prospera.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Significando a existência

Bom dia!
Sento-me em frente ao computador um pouco desconfortável porque estou escrevendo direto no blog. Geralmente escrevo em outro computador e depois publico no blog, com diferença de dias, às vezes. Isso explica porque passo dias fora e meu blog continua em dia. Agora nem tanto por conta dos contratempos. Ri de mim mesma porque estou criando alguns hábitos. Um é este, de escrever no meu computador primeiro, no editor de texto, para depois passar para o blog. E outra coisa: fico maluca para digitar meus manuscritos, uma vez que eles são muito passíveis de perda. Tem pessoas que acham que a digitalização não é confiável. No entanto, esses conceitos começam a ser invertidos, uma vez que ter seus escritos digitados é o primeiro passo para que eles sejam lidos. Como faria, por exemplo, se não digitasse o que escrevo agora? Como isto seria publicado? E os contos que ganhei em concurso? Como faria se um dia, com muito esforço, não digitasse os manuscritos deles? Sim, porque a maioria dos meus textos antigos são escritos à mão. E muita coisa ainda continua. Tenho tanta coisa escrita que se fosse digitar tudo iria ficar demente. Mesmo quando não escrevo nada literário, encho páginas e páginas do meu diário. Parece infantil ter diário, a até mesmo um blog chamado "O diário de uma escritora", que raio de tantos diários? No entanto, funciono assim: sou movida, organizada à base de escrita. Sem ela, nem consigo nem saber quem eu sou.
Fico imaginando se nascesse numa época em que não houvesse escrita ou que o conhecimento das letras não chegasse até mim. Decerto iria colocar outra coisa no lugar para dar algum significado a essa existência, que como diz Ferreira Gullar, não há significado algum.
Tenham todos um ótimo dia!
Quel

domingo, 4 de julho de 2010

De volta à segunda-feira

Olá amigos!
Boa noite!
Estou me preparando para dormir que amanhã acordo bem cedo. Meus finais de semana parecem me levar a um paraíso e às segundas-feiras, todas as feiras usurpam-me desse conforto. O dia nem mesmo clareia e já estou de pé. Tem dias que chego em casa e é noite. Pergunto-me se é possível coordenar minha criação com essa quantidade de trabalho. Hoje terminei as observações do "boneco" de Livremente Mara. Pelo menos isso eu dei conta nesse turbilhão.
Um abraço a todos,
Quel

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Derretida

Meus olhos ainda estão esbugalhados do cochilo da tarde. A pele está fresca como se estivesse à toa há dias seguidos. No entanto, ando trabalhando como uma jumenta do nordeste. Minha mesa está repleta de diários para preencher notas e outras coisinhas que nem tomei nota ainda que é para evitar a fadiga. Se é que há algum meio de evitá-la.
Cheguei da escola e, como não trabalho à tarde hoje, resolvi tirar uma soneca e faltar da aula vespertina de Kung Fu. Quando dei por mim, estava a me imaginar derretida em cima da cama, me escorrendo pelo quarto a fora, como calda em cima de um bolo.
Pensei: é tempo de levantar, escrever um pouco e terminar o trabalho. Só assim poderei descansar de verdade.
Beijo grande a todos,
Quel
(30/06/2010)