Algumas
vezes ficamos vazios, aparece uma tristeza lá no fundo, um silêncio. Coisas de
gente acostumada a pensar o tempo todo... Hoje tirei uma boa parte do meu dia
ao ócio completo, ao devanear, aos longos cochilos. Ao acordar, me encontro
assim, sentindo solidão. Tem um livro que se chama A ARTE DA FELICIDADE – UM MANUAL
PARA A VIDA em que a Sua Santidade, o Dalai Lama, quando indagado se sente
solidão, espantosamente, diz simplesmente que não. Ele tem uma proximidade tão
grande com as pessoas que não chega a sentir este meu silêncio, este meu oco de
agora. Olhando para livro, dá vontade ser igual a ele, embora saiba que para
ele chegar a não se sentir só foi uma vida toda de treinamento mental. Sentir-se
vazia, como se algo importante estivesse faltando é um estado de espírito, não
uma condição. Por muitas vezes, eu mesma estava rodeada de gente e,
curiosamente, levava facadas da solidão. Hoje eu já não sinto esses vazios
prolongados, só assim, em tardes de domingo, após uma longa semana de trabalho.
De certa forma, o próprio tempo, a nossa experiência de vida, vai nos ensinando
a como preencher esse vazio que incomoda tanto. Quando um sentimento
inquietante nos aparece, ficamos mais ágeis, mais questionadores e vamos à
luta. E neste lutar é que escrevo agora e, através de sentimentos assim, muitos
e muitos livros que existem hoje foram escritos. O que tenho visto é que todas
as coisas, sejam elas ruins ou boas podem resultar em obras magníficas, dependendo o empenho de cada um.
A Arte da Felicidade: um manual para a vida. Livro muito bom! Leitura revigorante, para quem quer, de fato, ser mais feliz.