Hoje eu tive um momento ótimo,
com uma companhia agradabilíssima. Rimos até ficar cansados, dançamos, falamos
sobre sexo, cultura ao arredor do mundo, família, sonhos, guerras, festas,
passando de um assunto para outro sem regras, limites. Não havia vinho ou cerveja para alavancar os
ânimos, mas estávamos felizes. Também, nas altas horas de uma tarde de sexta-feira,
ainda não chegou a hora de dar aquela relaxada, se é que vai chegar essa hora
por aqui hoje. Sim, hoje, nesta tarde agradável de sexta-feira, me diverti
muito mais do que muitas vezes que já fui a barzinhos e enchi a cara com
companhias que eram mais vazias que os copos que a gente sugava vorazmente. Aí
entendi uma coisa: não importa que horas são, o que realmente conta, é qual a
sua companhia. É muito bom encontrar pessoas que acrescentam, que nos fazem
aprender e divertir ao mesmo tempo. Eu passei um tempo sem ter essas pessoas,
esses anjos por perto e a minha vida ficou, em dois tempos, sem sentido. O mais curioso dessa história é que essa
pessoa com quem passei esta tarde maravilhosa eu ainda não conheço
pessoalmente. Mora lá do outro lado do mundo e nem em português a gente fala.
Falamos a língua dos gringos que nem é a língua materna dele também. Assim,
entendi uma coisa: não tem problema se você conhece uma pessoa ou não
pessoalmente. Esse papo de que as relações na internet são superficiais é mero
preconceito. Pode haver no mundo virtual relações sadias, de amizade
verdadeira, com muito mais qualidade, aliás, que as amizades convencionais,
aquelas que a gente se relaciona cara a cara. Alguém pode simplesmente dizer “coitada,
passou a tarde com um sujeito do outro lado da Terra, sendo que poderia ter se
dedicado à relações convencionais.” Mas há de se convir que os encontros que a
internet proporciona, só ela faz isso. Onde poderia encontrar esta pessoa tão
linda? De tão longe? A internet diminuiu a distância e com isso, modificou o meio
como as pessoas se relacionam, mas não o modo. Gostamos do mesmo jeito, rimos e
nos divertimos da mesma maneira. Sentimos saudade do toque, da convivência, do
cheiro, afinal nós sabemos que seria perfeito se estivéssemos juntos no tempo e
lugar. No entanto, a qualidade do tempo que se passa com a pessoa, sendo
virtualmente ou não, é o que conta. Não adianta nada ficar fixado na ideia de
que somente relações convencionais funcionam se essas relações não têm
qualidade. O importante, minha gente, é fazer dos encontros a realização de um
milagre, o milagre de ser mais feliz, de aprender, de abrir a mente para coisas
novas e abandonar de uma vez por todas o senso comum com seus conceitos
primitivos do que é a felicidade.
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