Para mim, o que foi significante nestas eleições foi ter
sentado com a minha família e ter decidido o voto, ter colocado os números no
papel. Pai foi de direita, mãe foi centro-direita e eu, centro sem lá o quê.
Decidimos. Sem ofensas reais. Alguém mencionou que deveriam cassar o direito de
voto de alguns, onde já se viu votar em tal candidato! Ou tal partido! Mas cada
um colocou sua relação de números na carteira e foi votar hoje, um dia frio e
nublado. Saí do compartimento da urna com a sensação de dever cumprido, embora
os candidatos não sejam lá aquelas coisas. Votei por muitas razões, nem sempre
pela honestidade. Votei porque queria coisa nova, votei porque queria justiça,
votei porque quero ser mais valorizada como mulher. Não fui fiel a partido, foi
uma miscelânea só. Alguns votos foram estratégicos, outros foram por escolhas
reais. Foi a primeira vez que isto aconteceu na minha vida. Acho que, embora o “odiado”
possa ser o vencedor dessa batalha, acho que esse resultado vai ser fruto de um
grito da população de que almejamos o básico. Ainda estamos buscando emprego,
segurança, e o mais básico: comida. Seja lá qual for o resultado, o nosso povo
ainda pede pelo essencial e é preciso respeitar este clamor. Eu clamo por ser
respeitada enquanto mulher na sociedade, mas tenho que admitir que esta
requisição vem depois das barrigas estarem cheias. Infelizmente é assim. Uma
requisição de cada vez e é lamentável que o Brasil ainda esteja no primeiro nível
das necessidades: o que dar para a minha família comer no final do dia?
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