Aquela água caindo pelas minhas
costas, como se eu própria fizesse parte daquela cascata branca, meu corpo seminu
sendo envolvido pelo véu suave e fresco tecido pelo bem mais precioso da Terra,
me fez descer do céu dos devaneios e ter um pouso seguro no solo da
racionalidade, das escolhas. Livrar-me de me soltar ao vento e simplesmente
decidir: não! Não é por aí que quero ir! Quero chegar mais longe, certos
caminhos e distrações só vão atrasar a minha jornada. É claro que ainda lembro
dos seus cabelos tocando a minha pele, do seu sorriso aberto, e daquela vontade
incrível de ficar mais um pouco. Mas é preciso olhar para o chão e dizer: não!
Até porque você está no mundo das ideias, não é real, também é parte de um
sonho. O que em ti que é matéria não corresponde com o que sinto. É melhor ir
embora, antes de me ajoelhar implorando a qualquer preço um carinho distraído,
isso não é razoável com o que mereço. Encaro-me no espelho e digo: não! Prefiro
levar você para a minha alcova de lembranças boas, daquelas especiais. Não é
melhor assim? É preferível dizer adeus antes do encontro, não tenho tempo para
comprovar as minhas teses, tenho sentimento demais para me jogar em um
experimento que, à primeira vista, já parece mal logrado. Estou novamente
pisando em solo compacto, no mundo das coisas palpáveis. Difícil à beça dizer
não! Mas por amor a mim e pelo que luto, abandono Sodoma e Gomorra sem olhar
para trás.
Belo Texto, muita sensibilidade no escrever, parabéns, deu até saudades das caxoeiras do sul de minas.
ResponderExcluirIndentificando-me Fernando amigo da Elaine. Biblioteca Nacional, agora estou no Iphan em São João del Rei
ResponderExcluirOlá, Fernando! Obrigada!!! Beijos!
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