Hoje tive que fazer uma pequena
viagem com um grupo em uma van. Iríamos fazer um trabalho em outra cidade, uma
tarefa que nos exige uma concentração toda especial. Chegando ao local, aquela
grama linda, eu já fiz a minha mochila de travesseiro debaixo de uma sombrinha fresca
e lá me deitei esticadona para esperar dar a hora de começar a empreitada. O
povo ao redor cheio de não-me-toques. Já eu, no entanto, fiz do lugar a minha
casa. Li os meus textos sagrados, fiz a minha oração e lá fui eu. O trabalho
iria sair perfeito. No meio do caminho, na procura da minha sala, eis que
encontro um rapaz em posição de meditação budista lá, num mundo bem melhor. Pensei
comigo: esse cara é que está certo! Está praticando as sua técnicas para
receber e dar o melhor de si na labuta. Não hesitei. Dali a pouco, sentei na
minha cadeira, me coloquei em posição de meditação e fiz a minha. Quando abri
os olhos, vi que uma moça me olhava com os olhos divertidos. Não liguei, devem ter
reparado no rapaz zen lá fora também. Fiz o que precisava, as pessoas não estão
acostumadas com quem sai um pouco do padrão. Na van, na volta, coloquei um
pingo de perfume. Já foi o suficiente para reclamarem. É assim, ninguém está
tolerando diferença alguma e um desconforto qualquer já é motivo de chatice,
chatice padrão europeu. Não estou desdenhando dos europeus, na verdade, conheço
bem poucos e quem conheço não tem nada de chato. Mas é que uma amiga soltou uma
que tenho que compartilhar. Ela desabafou que eu sou a única pessoa que gosta
de filme europeu e que não é chata. Aí achei que o título deste escrito valeria
este nome.
Beijo a todos!
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