Olho com rancor
para a janela e ainda bem que do meu lado mora uma janela. Duas moças caminham
ao calor do sol. Gostaria de estar lá. O que será que estão fazendo? Indo para
a escola? Ou serão duas amigas indo “bater perna” no centro da cidade... Que
bom deve ser ter alguém para passear... Deixei as minhas amigas e vim para a
Cidade do Sol. Que falta fazem as minhas amigas... Que graça tem ficar olhando
vitrines, comprar roupas sem elas? Que falta... Estou saudosa, queria que a minha
vida não fosse essa revolução. Fiquei tantos anos desejando uma mudança no meu
destino e agora que ele mudou, me sinto tão só. Quero a minha mãe, quero ter
tempo para conversar com ela, falar de coisas rotineiras, quero dormir até
tarde sem preocupação. Quero a minha vida de volta! Será que para conseguirmos
algo temos que trabalhar desse jeito? Abdicar da contemplação, do ócio, das
pessoas que são importantes para mim...
Quem sou eu
- Raquel de Souza
- Sou escritora e uso do artifício de escrever para depurar pensamentos e sonhos. Sou uma leitora apaixonada, curto assistir a filmes e séries e ir ao teatro. Tenho dois livros publicados: "A ilha e a menina" e "Livremente Mara".
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Tempo para todas as coisas
Volto minha
cabeça para trás e toco meus olhos rapidamente no céu. Tão lindo dia, tanta canseira
para um dia só. Papéis escritos, papéis digitados, assinaturas, reuniões,
internet, escritório, cartão de ponto, fone de ouvido, música MP3, lágrimas,
stress, gato, carinho, novela, livros, sonho, muito sonho. Existe tempo para
todas as coisas e agora, meus queridos, é tempo de trabalhar...
Minha mente voa
a um passado onde a prioridade era divertir-me e sonhar com um futuro glorioso.
Hoje, adulta, mais faço que sonho, embora quando olho para esse entardecer,
quero jogar-me da janela e juntar-me à alegria do descompromisso, do que é
leve, do que é descanso.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Solo Misterioso: o palco
Como criar? Como
fazer do velho algo novo? Já diz a bíblia, lá no livro de Eclesiastes que não
há nada de novo abaixo do sol. No entanto, corre nas minhas veias o sangue do
que é novo, puro, como se estivesse desbravando uma selva virgem. Dou os
primeiros passos e tudo o que encontro são lugares de difícil acesso e avançar
é sempre um desafio. Poderia assentar a minha morada no meio do caminho, descansar.
Mas o que me move é o caminho e não o local aonde vou chegar. Hoje apresento “Pluft, o fantasminha” e atuo
como a Mãe do Pluft. Apesar de já ter apresentado essa peça antes, estar em
cima do palco é como pisar em solo misterioso. Um verdadeira alegria poder
atuar!
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Pluft, Praia e Suor
Cena com Xisto, o fantasminha que só fala fantasmês.
Fecho os meus
olhos e estou em frente a uma praia tranquila, só há o barulho das ondas e um
reggae tocando no fundo. Na minha mesa tem uma água de coco gelada e meu pé
está sendo massageado pela areia. Na pele, sinto um leve grudar de água salgada
e o sol morna tudo, deixando a vida preguiçosa. Como escrever assim? Se
estivesse mesmo vivendo tudo isso, estaria aqui escrevendo? Nunquinha. A
verdade é que estou gelada numa sala não propriamente fria. O sol do outro lado
da janela arde de doer a vista e trabalho até ele ir embora. E hoje a noite é o
ensaio geral de “Pluft, o Fantasminha”, peça que apresentaremos amanhã, sábado
e domingo (22,23 e 23 de fevereiro). Me vem um frio na barriga de colocar
novamente o figurino, maquiagem, a mistura de calor, suor, nervoso e a alegria
de ser a Mãe do Pluft. Ainda bem que posso ser ela! A vida fica mais leve
quando podemos ser alguém que na verdade não somos. Ela não tem os meus
problemas, não está cansada e nem com sono. É bom saber que daqui a algumas
horas também não estarei com nada disso.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Pluft, o fantasminha – peça de sucesso do Grupo Teatral Fábula está de volta a preços populares
A peça Pluft, o fantasminha, montagem do Grupo
Teatral Fábula, estará em cartaz nos dias 22,
23 e 24 de fevereiro, às 20:30 horas no Teatro Municipal de Alfenas.
A clássica obra
infantil, escrita em 1955 por Maria Clara Machado, diverte crianças e adultos.
A história acontece numa casa abandonada, tendo como moradores uma família atrapalhada
de fantasmas: o pequeno Pluft, que tem medo de gente, a mãe do Pluft, que adora
preparar pastéis de vento e o Tio Gerúndio, que só quer saber de dormir. O
lugar deixa de ser calmo quando o terrível pirata Perna-de-Pau invade a casa
trazendo a adorável menina Maribel, raptada por ele. O pirata procura um
tesouro que o Capitão Bonança, avô de Maribel, provavelmente escondeu na casa.
As atrapalhadas amigas da neta do capitão, Juliana, Sebastina e Joana vão
tentar salvar a menina do maldoso pirata. A surpresa é que, Pluft, mesmo com
medo de humanos, também vai fazer de tudo para ajudar Maribel a sair dos
domínios de Perna-de-Pau, mostrando que a amizade pode superar qualquer
obstáculo. “Pluft, o fantasminha tem uma trama inteligente que faz o público se
envolver com a história. Além de divertir, a obra traz o que há de melhor em
peças teatrais infantis. Vale a pena assistir.” – pontua Marcelo Divino,
diretor do Grupo Teatral Fábula e presidente da ATELIFA (Associação de Teatro e
Literatura Fábula).
Para enriquecer ainda
mais o evento, após o espetáculo, haverá sorteio do livro infantil A Ilha e a Menina da escritora Raquel
de Souza, livro que será lançado em Alfenas no próximo mês. “Integrar
literatura e teatro sempre foi uma preocupação do Fábula e é uma honra contribuir
com o incentivo à leitura presenteando livros para o público. Tanto o livro
como Pluft, o fantasminha foram
feitos com muito carinho para agradar a plateia e mostrar que a arte, tanto
teatral como literária podem ser divertidas.” – comenta Raquel de Souza, também
atriz e integrante do grupo teatral.
Os ingressos serão
vendidos a preço acessível para que toda a população alfenense assista a essa
peça imperdível.
Investimento Cultural – Inteira: 5 reais,
Meia: 3 reais.
Maiores informações:
(35) 8864-7806 ou (35) 8817-4038
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Ensaio mínimo sobre a brancura do papel
Diante do branco
a minha frente lembro-me do fim de “Ensaio sobre a Cegueira” do meu escritor
predileto José Saramago, quando uma das personagens olha para o céu e vê tudo
branco. Essa brancura que ele fala sempre ficou na minha cabeça e, agora, olhando
mais uma vez para essa página alva compreendo. A brancura só pode ser a do
papel. Com toda essa tecnologia, será que não dava para colocar umas opções de
página de outras cores no editor de texto? Por que só branco? Podia ser um amarelinho,
um azul. Mas branco? Já ouvi falar que tem gente que tem pavor de branco, chega
num consultório médico ou numa enfermaria e já gela de pavor. A brancura
realmente apavora. Ficar cego e ver tudo branco deve ser desnorteante. Ausência
de sensações.
Como uma fruta verde, pegajosa, não porque é bom, mas para sentir
que vivo, que estou. Alguém já se machucou e sentiu prazer de ver o próprio
sangue escorrer? Dá uma impressão de vivacidade verificar de vez em quando que
corre sangue quente nas veias. Preciso saber que estou viva. Que apesar de
estar presa diante de uma folha cândida, vivo.
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