Cena com Xisto, o fantasminha que só fala fantasmês.
Fecho os meus
olhos e estou em frente a uma praia tranquila, só há o barulho das ondas e um
reggae tocando no fundo. Na minha mesa tem uma água de coco gelada e meu pé
está sendo massageado pela areia. Na pele, sinto um leve grudar de água salgada
e o sol morna tudo, deixando a vida preguiçosa. Como escrever assim? Se
estivesse mesmo vivendo tudo isso, estaria aqui escrevendo? Nunquinha. A
verdade é que estou gelada numa sala não propriamente fria. O sol do outro lado
da janela arde de doer a vista e trabalho até ele ir embora. E hoje a noite é o
ensaio geral de “Pluft, o Fantasminha”, peça que apresentaremos amanhã, sábado
e domingo (22,23 e 23 de fevereiro). Me vem um frio na barriga de colocar
novamente o figurino, maquiagem, a mistura de calor, suor, nervoso e a alegria
de ser a Mãe do Pluft. Ainda bem que posso ser ela! A vida fica mais leve
quando podemos ser alguém que na verdade não somos. Ela não tem os meus
problemas, não está cansada e nem com sono. É bom saber que daqui a algumas
horas também não estarei com nada disso.
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