Quem sou eu

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Sou escritora e uso do artifício de escrever para depurar pensamentos e sonhos. Sou uma leitora apaixonada, curto assistir a filmes e séries e ir ao teatro. Tenho dois livros publicados: "A ilha e a menina" e "Livremente Mara".

domingo, 16 de março de 2014

A Arte da Felicidade e o vazio que nos move


Algumas vezes ficamos vazios, aparece uma tristeza lá no fundo, um silêncio. Coisas de gente acostumada a pensar o tempo todo... Hoje tirei uma boa parte do meu dia ao ócio completo, ao devanear, aos longos cochilos. Ao acordar, me encontro assim, sentindo solidão. Tem um livro que se chama A ARTE DA FELICIDADE – UM MANUAL PARA A VIDA em que a Sua Santidade, o Dalai Lama, quando indagado se sente solidão, espantosamente, diz simplesmente que não. Ele tem uma proximidade tão grande com as pessoas que não chega a sentir este meu silêncio, este meu oco de agora. Olhando para livro, dá vontade ser igual a ele, embora saiba que para ele chegar a não se sentir só foi uma vida toda de treinamento mental. Sentir-se vazia, como se algo importante estivesse faltando é um estado de espírito, não uma condição. Por muitas vezes, eu mesma estava rodeada de gente e, curiosamente, levava facadas da solidão. Hoje eu já não sinto esses vazios prolongados, só assim, em tardes de domingo, após uma longa semana de trabalho. De certa forma, o próprio tempo, a nossa experiência de vida, vai nos ensinando a como preencher esse vazio que incomoda tanto. Quando um sentimento inquietante nos aparece, ficamos mais ágeis, mais questionadores e vamos à luta. E neste lutar é que escrevo agora e, através de sentimentos assim, muitos e muitos livros que existem hoje foram escritos. O que tenho visto é que todas as coisas, sejam elas ruins ou boas podem resultar em obras magníficas, dependendo o empenho de cada um.
A Arte da Felicidade: um manual para a vida. Livro muito bom! Leitura revigorante, para quem quer, de fato, ser mais feliz.

sábado, 8 de março de 2014

Mara mais de 30

Mara fechou os olhos e acordou com mais de trinta anos. Quantas coisas tinham mudado, já não era mais aquela menina inconsequente, tinha responsabilidades, tivera uma filha... Quanto tempo havia passado, quantas experiências. Agora estava ali, chorando por amor. Se sentiu completa e feliz, lembrou do alívio que sentia quando cortava o dedo com a faca ao picar cebola. O sangue brotava vermelho e ela, suspirava de prazer porque aquele vermelho significava que estava viva. Agora as lágrimas jorravam sem controle dos olhos, amor já passado. Com os olhos vermelhos, constatou que ainda tinha coração e que ele pulsava, que ainda era capaz de amar, apaixonar-se. E mesmo que tivesse sido um erro gostar de alguém assim tão de repente, ela agradeceu porque aquilo significava estar viva e jovem. Sorriu para o espelho e entendeu que não sabia de nada, que ao futuro restavam-lhe surpresas. A vida era bem maior e mais rica que a própria ideia de Mara. Era esperar e galgar sempre dias melhores.