Quem sou eu

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Sou escritora e uso do artifício de escrever para depurar pensamentos e sonhos. Sou uma leitora apaixonada, curto assistir a filmes e séries e ir ao teatro. Tenho dois livros publicados: "A ilha e a menina" e "Livremente Mara".

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Crônica - Minha carta de alforria




Cheguei ao parque do Ibirapuera e um frio de cortar os ossos. Bastava passar um frio dos diabos em Campos do Jordão, e agora aqui essa cerração, essa garoa cortando as costelas. Perto de uma escultura gigante de aranha estava uma aglomeração de gente estranha. Adolescentes vestidos com roupas escuras, coloridas, uns vestiam como personagens de anime. Tinha umas pequenas moças com orelhas de bicho e, se não bastasse, os pequenos se beijavam, homem com homem, mulher com mulher. De vez em quando aparecia um casal feioso e hétero, só para variar. Variar na escolha do parceiro, porque ali todo mundo era feio. Se tivesse alguma beleza, deveria ser interior, mas essa sutileza eu não tive tempo de analisar. Aquele povo andava a pé, de skate, de um tal de long, de patins. Tudo misturado naquele espaço. Lá fora, chovia. Chuva fina e fria. Eu com frio, friaca de Sampa, meu! Lembrei que ficava reclamando de frio de Campos do Jordão  para o japa e, aqui na terra dele, mal sabia que a temperatura estava no mesmo pé. Meu coração ficou gelado, o japa não quis me ver. Quer dizer, estava gelado, porque esse negócio de eu gostar de alguém que não gosta de mim é balela, história para boi dormir. Tenho um amigo que falou que o meu texto está cheio de clichês. Quer coisa mais clichê que essa historia mais ou menos que quem eu quero não me quer? O japa não quis me ver, o japa não quis me ver... Isso ficava batendo na minha cabeça feito enxaqueca. Peguei um long emprestado e comecei a deslizar, o vento soprando na cara, a velocidade, aquilo foi diluindo os meus pensamentos densos, fui me tornando tão leve quanto mereço. Esquentei o meu corpo, fiquei feliz no meio daquela gente toda. Paramos em uma adega, bebemos vinho e celebramos a vida, as diferenças, as igualdades e rimos muito. Porque no final de tudo, a vida estando boa ou ruim, o negócio é rir bastante.  Dormi enrolada em uma gata persa. Acordei sem ressaca, sem mágoas, límpida como a alma de um recém-nascido. O japa não quis me ver. Bobo dele – pensei. Me prendi em uma ideia falsa. Na verdade, sou livre. Não preciso de resumir a raio de japa nenhum, nem ser submissa a ninguém. Volto para Campos do Jordão vazia, livre. Vou me emendar em quem realmente me quer e deixa esse japa pra lá! Não tenho mais o japa – nunca tive -, mas tenho a minha carta de alforria: posso pensar o que quiser, escrever sobre o que bem entender e ser eu mesma, sempre!

domingo, 7 de setembro de 2014

A ilha e a menina - auxiliando na alfafetização dos alunos do Colégio Municipal de Poços de Caldas

Há algumas semanas recebi uma mensagem que me deixou muito feliz. Uma professora do primeiro ano de uma escola pública - Valquíria Diogo - me disse que estava trabalhando o meu livro infantil A ILHA E A MENINA em sala de aula. Não resisti e quis ver esse trabalho de perto. Foi uma emoção perceber a admiração das crianças ao encontrar a criadora daquelas criaturas pequeninas que podem mudar o tempo conforme a vontade deles. Também achei interessantíssimo como a professora Valquíria estar alfabetizando os seus pequenos alunos. Trabalhou o QUE de RAQUEL e o QUI de QUIRANDA, a principal personagem do livro.
                                              
Parabéns, Valquíria! Alfabetizar e formar bons leitores tem sido um grande desafio para a nossa educação! Você, com certeza, está fazendo a sua parte. Além disso, poder ver participar a minha obra desse seu trabalho tão lindo foi emocionante!
Contação de histórias - Menina Bonita do Laço de Fita - Ana Maria Machado
 O contato com as histórias e até mesmo o contato físico com os livros ajudam no interesse da leitura. Aqui estou mostrando as ilustrações de Menina Bonita do Laço de Fita - Ana Maria Machado

Abraços a todos!