Não ameaço dizer adeus. Simplesmente digo. Por educação, por
afirmação. Viro-me e não volto mais. Talvez tenha ares de realeza em que há
mais atitudes do que ameaças. Esse meu jeito não é moldado, faço isso de maneira
espontânea. Às vezes as despedidas saem tão rapidamente que parecem
precipitadas. Mas não são. Desenvolvo o adeus. Quando ele está pronto, vou
embora.
Quem sou eu
- Raquel de Souza
- Sou escritora e uso do artifício de escrever para depurar pensamentos e sonhos. Sou uma leitora apaixonada, curto assistir a filmes e séries e ir ao teatro. Tenho dois livros publicados: "A ilha e a menina" e "Livremente Mara".
segunda-feira, 8 de junho de 2015
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Um novo ânimo
Estou com o ânimo revigorado. O fato de ter conseguido ajuda
certeira para superar as emoções em detrimento da razão, foi a coisa mais
importante que me aconteceu hoje. Eu tive que voltar às minhas origens, encarar
os meus medos. A vida surpreende e, de uma hora para outra, percebemos que as
coisas podem não sair conforme queremos, nem com toda a urgência, mas a demora
do percurso pode nos trazer amadurecimento, novas forças. E o carinho do toque
da mão de alguém te segurando vale muito mais que conseguir o que queremos de
fato. Pois o que desejo ainda é futuro, mas o apoio é o que tenho e ele é real e
é ele que me deixou feliz neste dia!
sábado, 30 de maio de 2015
Alô, alô, marciano, aqui quem fala é da Terra...
Eu queria, de vez em quando, fazer realizar umas coisas que
eu imagino. E que desse certo. Que a minha expectativa ajudasse a concretizar
alguns feitos. Quando as empreitadas dependem apenas de mim, na maioria das
vezes não me decepciono. Mas quando se trata de fazer concretizar algo que
dependo das escolhas dos outros, aí tem sido difícil coincidir o que espero com
o que realmente acontece. Será que ando esperando demais das pessoas? Será que
ando dando crédito demais para quem desconfia da minha pessoa, da minha
hombridade só porque um dia fui sincera demais? Não tenho como saber, meus dons
não vão muito além dos cinco sentidos, não sei entrar muito bem na
subjetividade do outro. Ou talvez são os outros que não conseguem ver
claramente o que quero. Ou talvez até saibam, mas não dão a mínima. Cada um com
seus problemas, não é? Bom, o fato é que às vezes fico solitária, achando que
estou isolada em uma ilha em um mar que ninguém conhece. Mesmo assim, peço
socorro: “Alô, alô, marciano, aqui quem fala é da Terra...” Quem sabe consigo
um contato, quem sabe alguém me reconhece!
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Poesia do meu dia
Voltando para casa, me deparei com muitas folhas amarelas se
digladiando alegremente no chão. Percebi que já não estou tão desanimada. Quando
começo a ver a poesia do meu dia, a vida começa a melhorar. Ontem foi um dia
difícil, daqueles em que a gente fica se perguntando se fez a escolha certa, se
todo o preço do meu esforço diário está realmente valendo a pena. Fui chorar as
mágoas na casa de minha amiga (o que seria da gente sem nossas amigas?). Entre
uma comida e outra, muita conversa, a vida vai ficando melhor. Os fantasmas vão
ficando menos assustadores e conseguimos enfrentá-los com mais coragem. Tem
hora que dá vontade desistir, tentar outra empreitada. Mas uma vez feita uma
escolha, como diz a minha amiga, tem que fazer dar certo.
terça-feira, 19 de maio de 2015
A Índia que Rudra Das trouxe para nós
Retornei de minha segunda aula de yoga. Confesso que é uma
experiência incrível, diferente mesmo até de outras aulas de yoga que já tive
antes. O professor, o Rudra Das ficou sete anos na Índia e na sala dele, ele
trouxe um pouco daquele ar exótico do país. Quando entro naquele recinto, me
sinto transportada para a Índia, para um mundo em que as pessoas relaxam pelo
menos uma vez por dia, fecham os olhos e meditam, sentem prazer de viver só o
momento presente, sem passado, sem futuro, só o alívio do agora, da nossa saúde
boa e da nossa abençoada ausência de dor.Transfiro-me para um mundo mais lento,
onde não é preciso ficar tantas horas sentada, em que não é necessário dissecar
assuntos desconhecidos em busca de uma vida melhor. Quando entro naquela sala,
meus problemas passam na minha mente como invasoras mal-vindas. O que vocês
estão fazendo aqui na minha aula de yoga? Não. Aqui na aula do Rudra somente
vim buscar paz e algum equilíbrio para não fazer feio nos exercícios. Enquanto
sou iniciante, vou fazendo o que consigo e saio de lá respirando o ar da Índia,
ouvindo os sons doces e calmos, com certeza que a minha vida já melhorou. Quando
fecho os olhos e entro dentro de mim, encontro a minha Parságada e finalmente
me sinto amiga do rei.
quinta-feira, 30 de abril de 2015
Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus
Antes de ontem fui à Feira do
Livro em Poços de Caldas, acabei comprando alguns livros. Confesso que não
queria ler nada sério, estava a fim de algo somente para me entreter. Entre os
livros que adquiri estava “Homens são de Marte, mulheres são de Vênus”. Li
algumas páginas, pulei mais algumas. Um livro completamente inútil para quem
não está em um relacionamento amoroso – pensei. Assunto sonífero, dormi num
instante depois dessa breve analisada. Mas, antes de descartar o livro, achei
melhor dar mais uma lida, achei até umas dicas interessantes, coisas que
realmente não sabia sobre os homens. Se tiver paciência de perscrutar, todo
livro tem a sua lição, a sua mensagem, não é? Mesmo que no momento não esteja
me importando se os homens são de Marte ou são da Lua mesmo. Quero mais é
cuidar da minha vida!
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Chatice Padrão Europeu
Hoje tive que fazer uma pequena
viagem com um grupo em uma van. Iríamos fazer um trabalho em outra cidade, uma
tarefa que nos exige uma concentração toda especial. Chegando ao local, aquela
grama linda, eu já fiz a minha mochila de travesseiro debaixo de uma sombrinha fresca
e lá me deitei esticadona para esperar dar a hora de começar a empreitada. O
povo ao redor cheio de não-me-toques. Já eu, no entanto, fiz do lugar a minha
casa. Li os meus textos sagrados, fiz a minha oração e lá fui eu. O trabalho
iria sair perfeito. No meio do caminho, na procura da minha sala, eis que
encontro um rapaz em posição de meditação budista lá, num mundo bem melhor. Pensei
comigo: esse cara é que está certo! Está praticando as sua técnicas para
receber e dar o melhor de si na labuta. Não hesitei. Dali a pouco, sentei na
minha cadeira, me coloquei em posição de meditação e fiz a minha. Quando abri
os olhos, vi que uma moça me olhava com os olhos divertidos. Não liguei, devem ter
reparado no rapaz zen lá fora também. Fiz o que precisava, as pessoas não estão
acostumadas com quem sai um pouco do padrão. Na van, na volta, coloquei um
pingo de perfume. Já foi o suficiente para reclamarem. É assim, ninguém está
tolerando diferença alguma e um desconforto qualquer já é motivo de chatice,
chatice padrão europeu. Não estou desdenhando dos europeus, na verdade, conheço
bem poucos e quem conheço não tem nada de chato. Mas é que uma amiga soltou uma
que tenho que compartilhar. Ela desabafou que eu sou a única pessoa que gosta
de filme europeu e que não é chata. Aí achei que o título deste escrito valeria
este nome.
Beijo a todos!
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