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Sou escritora e uso do artifício de escrever para depurar pensamentos e sonhos. Sou uma leitora apaixonada, curto assistir a filmes e séries e ir ao teatro. Tenho dois livros publicados: "A ilha e a menina" e "Livremente Mara".

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Nas prosas simples saem respostas inesperadas

Salve amigos!
O dia como foi? Corrido. Trabalho, almoço com minha tia avó, trabalho, trabalho. Achei que poderia aproveitar o intervalo que tenho à tarde para escrever aqui. No entanto, os planos de aula me tomaram por completo. Mas, não importa. Agora estou aqui. Cansada, obviamente. Mas com a mente renovada pelos goles de capuchino. Mas não vou ficar falando aqui da minha rotina de professora. Passarei logo ao principal: o almoço com minha tia avó.
Ela tem oitenta e cinco anos e uma mente extremamente lúcida. E nosso almoço foi tão longe que chegou aos mil oitocentos e bolinhas quando meu tataravô trocou quatrocentos alqueires de terra, onde fica situado Jaboticabal hoje, por um casal de escravos. E ela me disse da maleita que quase matou meu ancestral e todos que estavam com ele. E, sem ordem cronológica ela foi contanto um pouco sobre a gente antiga, o que faziam, o que vestiam, e o que pensavam.
É claro que nesse momento estou com muito mais perguntas que respostas e que almoços assim vão se repetir por várias vezes. Tomara! Porque além de prosa boa, minha tia é ótima cozinheira e faz uns doces que só ela! No entanto, algumas respostas dentro de mim foram respondidas, coisas que afloraram na nossa conversa. De repente eu entendi minha história, a ideologia em que foi formada minha extensa família. E no final das contas, era inevitável que tudo acontecesse do jeito que aconteceu. Eu tinha um certo preconceito com o modo de pensar do meu povo, eu confesso. Mas agora, conhecendo, eu respeito. Então, posso dizer que o conhecimento da nossa própria história é sagrado. É ela que dá os fundamentos para a nossa identidade. Duas partes de mim, hoje, fizeram as pazes. E eu me sinto feliz e completa. Na verdade, agora não há conflitos dentro de mim. E estou satisfeita. Apesar de nem todas as perguntas serem respondidas, minha tia respondeu espontaneamente perguntas do meu interior. Sem me machucar, sem eu machucá-la. Na verdade, hoje me senti curada de um monte de feridas e que, depois de uma morte agonizante, estou viva outra vez, como Fenix que renasceu das cinzas.
Quanto à escrita, vamos a ela. Ontem escrevi um pouco. Sempre escrevo o mesmo tanto, dando aulas ou não. Por isso que acho possível trabalhar mais horas e ainda escrever. Na verdade, não tenho escolha. Ou tenho. Na verdade, já fiz a minha escolha: escrever, escrever, escrever. No entanto, com os pés no chão.
Boa noite!
E obrigada Tia Clara pelo esplendoroso almoço!
Raquel de Souza

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